Sábado – Pense por si

António José Vilela
António José Vilela
24 de maio de 2023 às 20:00

O que Cavaco Silva anda a dizer é mentira?

Tal como sempre fez Mário Soares, a crítica política e a intervenção social são sinónimos de vitalidade democrática e deviam ser até um imperativo de consciência para quem - como Cavaco Silva - teve especiais responsabilidades no País.

A resposta racional e sem engulhos ideológicos é simples: seja de forma mais institucional como ex-Presidente que vai a eventos da Misericórdia da Figueira da Foz ou escreve sobre o Dia da Europa, como convidado nos 30 anos do Plano Especial de Realojamento (PER) ou como o homem da T-shirt social democrata dado a eventos de autarcas, Cavaco Silva não anda a dizer qualquer mentira. Nem sobre a realidade nacional, a atuação do Governo ou o comportamento que se espera do maior partido da oposição, o PSD. As análises que tem feito são de grande lucidez e querer, como muitos responsáveis do PS (e de boa parte da esquerda) querem, que fique numa espécie de silencioso pedestal é algo despropositado que não serve sequer o País. Tal como sempre fez Mário Soares, a crítica política e a intervenção social são sinónimos de vitalidade democrática e deviam ser até um imperativo de consciência para quem teve especiais responsabilidades governativas.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.