Sábado – Pense por si

Carlos Rodrigues Lima
Carlos Rodrigues Lima Grande Repórter
17 de janeiro de 2019 às 08:00

Pós-verdade e a quase verdade

Se a era Trump inaugurou a tendência para os “factos alternativos”, o Governo de António Costa tem sido muito criativo nos “quase factos”: ora se anuncia que o Infarmed vai para o Porto e depois já não vai, ora se mostra um novo aeroporto que pode nem sair do papel

É certo que a pós-verdade tem dominado o debate político-filosófico dos últimos anos, sobretudo desde o início da caminhada de Donald Trump até à Casa Branca. A pós-verdade, em resumo, manifesta -se através da criação de uma realidade alternativa aos factos. E, desde que profusamente amplificada, esta nova realidade acaba por se sobrepor ao real. Não interessa o que, de facto, acontece. O que conta é o que alguém pretende que seja percecionado como tendo acontecido. Quando Donald Trump disse que a sua cerimónia de investidura foi a que mais gente juntou em Washinghton é assim que ele quer que o acontecimento seja entendido, apesar dos factos.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.