Num trabalho de escola do 8º ou 9º ano, a minha professora de Português propôs à turma o seguinte: na festa da escola, cada um poderia apresentar em palco o que quisesse, e o resultado dessa apresentação seria decisivo para a nota da disciplina. Juntei-me com um amigo e reescrevemos uma cena de uma entrevista histórica do Herman, que se chamava "Boião de Cultura". Eu e o André preparámos tudo, e seríamos também os actores. O entrevistado tinha o papel mais cómico, e decidimos que seria eu a fazê-lo. O entrevistador era um papel fundamental, porque mesmo quando não se está a dizer coisas aparentemente divertidas, muitas vezes está-se a preparar terreno para que a explosão de gargalhadas seja na fala seguinte, e não na nossa. É um acto de generosidade, de querer fazer parte de uma coisa tão bonita como o riso de outra pessoa.