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No dia em que fui pai percebi tudo o que ainda não tinha percebido como filho. Falhei na companhia, em querer saber como estavam, o que estavam a sentir, o que lhes fazia falta, em perguntar se podia fazer mais por eles e menos por mim. Quando se é novo tudo nos faz falta, não concebemos a ideia de fazermos falta a mais alguém.
SOU MELHOR filho desde que sou pai. Ainda fui a tempo de aprender o que já devia saber na altura, mas na altura sabemos lá nós, somos novos, só queremos saber de nós e do quanto o mundo nos deve. No dia em que fui pai percebi tudo o que ainda não tinha percebido como filho. Falhei na companhia, em querer saber como estavam, o que estavam a sentir, o que lhes fazia falta, em perguntar se podia fazer mais por eles e menos por mim. Quando se é novo tudo nos faz falta, não concebemos a ideia de fazermos falta a mais alguém. Tudo à nossa volta é a primeira pessoa do singular. Estamos tão concentrados em nós que nos esquecemos que eles continuam à nossa espera todas as noites, mesmo quando já não vivemos lá em casa. Telefonamos quando calha, porque é capaz de ser demasiado tempo sem ouvirem a nossa voz, para nos livrarmos da culpa. Eles queixam-se com amor que já não sabem de nós há muito tempo, se estamos bem, que têm saudades, e nós a acharmos que não temos tempo, a resolvermos aquilo que achávamos serem os nossos problemas, como se os nossos problemas não fossem também deles. Os problemas de um filho são maiores para os pais, porque um pai não suporta a ideia de ver um filho sofrer, é como se qualquer coisa estivesse a entrar dentro deles e a pegar fogo às entranhas. A pior dor de um pai é a dor de um filho. Sou melhor filho desde que sou pai, porque tenho medo. Tenho medo de um dia querer saber das minhas filhas, e elas sem quererem saber de mim, medo de ficar sem pais e não ir a tempo de ser o que não fui.
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.