No dia em que fui pai percebi tudo o que ainda não tinha percebido como filho. Falhei na companhia, em querer saber como estavam, o que estavam a sentir, o que lhes fazia falta, em perguntar se podia fazer mais por eles e menos por mim. Quando se é novo tudo nos faz falta, não concebemos a ideia de fazermos falta a mais alguém.
SOU MELHOR filho desde que sou pai. Ainda fui a tempo de aprender o que já devia saber na altura, mas na altura sabemos lá nós, somos novos, só queremos saber de nós e do quanto o mundo nos deve. No dia em que fui pai percebi tudo o que ainda não tinha percebido como filho. Falhei na companhia, em querer saber como estavam, o que estavam a sentir, o que lhes fazia falta, em perguntar se podia fazer mais por eles e menos por mim. Quando se é novo tudo nos faz falta, não concebemos a ideia de fazermos falta a mais alguém. Tudo à nossa volta é a primeira pessoa do singular. Estamos tão concentrados em nós que nos esquecemos que eles continuam à nossa espera todas as noites, mesmo quando já não vivemos lá em casa. Telefonamos quando calha, porque é capaz de ser demasiado tempo sem ouvirem a nossa voz, para nos livrarmos da culpa. Eles queixam-se com amor que já não sabem de nós há muito tempo, se estamos bem, que têm saudades, e nós a acharmos que não temos tempo, a resolvermos aquilo que achávamos serem os nossos problemas, como se os nossos problemas não fossem também deles. Os problemas de um filho são maiores para os pais, porque um pai não suporta a ideia de ver um filho sofrer, é como se qualquer coisa estivesse a entrar dentro deles e a pegar fogo às entranhas. A pior dor de um pai é a dor de um filho. Sou melhor filho desde que sou pai, porque tenho medo. Tenho medo de um dia querer saber das minhas filhas, e elas sem quererem saber de mim, medo de ficar sem pais e não ir a tempo de ser o que não fui.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.