Sábado – Pense por si

Bruno Nogueira
Bruno Nogueira Humorista
28 de maio de 2024 às 23:00

A bênção e a maldição dos introvertidos

Tanto os introvertidos como os tímidos têm tendência a evitar interações sociais, é sobretudo a razão pela qual o fazem que os distingue: os primeiros evitam porque ficam cansados, os segundos evitam porque sentem angústia. São dois resultados finais diferentes, que acabam por ajudar a perceber quem é o quê.

NEM SEMPRE ESTAMOS de braços abertos para o mundo. Às vezes há qualquer coisa que nos faz dobrar o corpo sobre nós mesmos, até ficarmos pequeninos, quase transparentes. Quando tentamos analisar de fora – essa maneira impossível de ser – e perceber o que estamos a sentir para nos estarmos a afastar daquilo de que toda a gente está feliz por se aproximar, a palavra que nos surge é: timidez. A timidez é o que acontece à cabeça quando tem medo que o corpo ocupe espaço, quando quer ficar longe mas com a curiosidade de quem está perto. Os olhares dos outros podem ser lanças assustadoras, e se alguém arrisca dirigir-lhes a conversa pode fazer com que o coração dispare para velocidades que nem ele próprio conhecia. Ser tímido é ter ansiedade de passar pelo meio de tudo e escolher ir à volta. O mundo e as pessoas que o habitam podem ser um bicho tão grande que faz com que se prefira ficar em vez de ir. Os tímidos estão tão preocupados com o olhar do outro, que o olhar deles próprios se anula. A timidez pode engolir o que somos, até sermos só uma ideia, alguém que era para ir e não foi, alguém que se afastou para não fazer parte. Os tímidos sofrem porque não suportam a ideia do que os espera.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.