Sábado – Pense por si

Bruno Nogueira
Bruno Nogueira Humorista
26 de fevereiro de 2025 às 23:00

A arte do queixume

Nunca sabemos se queremos realmente o que não temos, ou se queremos apenas que nos falte sempre algo. E talvez, no fim de tudo, o que queremos não seja mais do que isso: viver na promessa do que nunca chega, na eternidade do que nunca se concretiza.

SOMOS MUITO BONS na arte do queixume. Queixamo-nos porque é a nossa forma de mostrarmos ao mundo que estamos vivos, e apostamos na insatisfação constante para dizermos quem somos. Queixamo-nos porque queremos sempre o que não temos, como se nada chegasse e estivesse sempre tudo aquém das nossas expectativas. É uma canseira viver sempre na expectativa do que não se tem, como se nada nos enchesse o peito. A verdade é que a nossa alma, um tanto narcísica e ingrata, está toda construída sobre a insustentável leveza do queixume. E, no entanto, não é um ato de revolta ou de reivindicação. Não é uma batalha por um mundo melhor. É só porque precisamos de nos queixar, como quem respira.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.