Tornei-me, para sempre, admirador da arte única de Almeida Santos para o diálogo – mesmo que fosse com a encarnação do próprio diabo
Ministro da Coordenação Interterritorial até Agosto, Almeida Santos assumiu, a 19 de Setembro de 1975, a pasta da Comunicação Social do VI Governo provisório, liderado por Pinheiro de Azevedo. O seu trabalho era terrível, com o País social e politicamente desestabilizado e a comunicação social a funcionar sobre brasas. Após os assaltos à embaixada e ao consulado de Espanha, que foram incendiados, e a pretexto de reivindicações dos Deficientes das Forças Armadas, deu-se a tentativa de sequestro do Governo – com um autocarro da Carris a barrar a entrada da residência oficial de São Bento – e a ocupação da Emissora Nacional e do Palácio Foz, onde Almeida Santos tinha o gabinete a partir do qual moderava conflitos e apagava fogos. Por essa altura, o Presidente Costa Gomes viajava por Polónia e União Soviética – o que me permitiu também escapar, por sete dias, aos ventos da ira revolucionária. Mas tornei-me, para sempre, admirador da arte única de Almeida Santos para o diálogo – mesmo que fosse com a encarnação do próprio diabo.
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Importa que o Governo dê agora um sinal claro, concreto e visível, de que avançará rapidamente com um modelo de assessoria sólido, estável e devidamente dimensionado, para todos os tribunais portugueses, em ambas as jurisdições.