O juiz Carlos Alexandre, que eu só conhecia de nome desde a detenção do eng. Sócrates e de cara através de uma ou duas fotos desfocadas, concedeu uma entrevista à SIC. A entrevista é esquisita. Em primeiro lugar, por acontecer: julgo não ser normal que um magistrado no activo, ofício que se quer distante e reservado, se alivie de tantos desabafos em público. Em segundo lugar, pelo teor dos desabafos. Carlos Alexandre falou das escutas de que pelos vistos é vítima indiferente, dos seus hábitos alimentares, dos seus rendimentos e, mediante indirecta, dos rendimentos do eng. Sócrates e do amigo Carlos Santos Silva (outra figura que só conheço desde a detenção do eng. Sócrates e através de uma ou duas fotos desfocadas: para quando a entrevista?). Digamos que não cai bem. Mas, por muito mal que possa cair, a entrevista não é o fim do mundo. Nem o fim da justiça. Nem sequer, ao contrário do que muitos avençados do eng. Sócrates correram esperançados a proclamar, o fim do processo do eng. Sócrates.