Sábado – Pense por si

Susana Coroado
Susana Coroado Investigadora
19 de março de 2021 às 14:00

Transparência e a confusão entre meios e fins

A transparência não pode reduzir-se a um depósito de informação ilegível, ingerível ou não tratável, como a publicação de PDF fotografados.

Andando nas lides do activismo e da investigação académica há dez anos, posso afirmar com alguma segurança que o tema da transparência da "coisa pública" nunca esteve tanto na ordem do dia. De umportal de transparência para os fundos europeusà transparência no lobbying, navacinação anti-Covid-19e até nas nomeações cruzadas de membros da mesma família no governo, parece que a transparência é, só por si, a panaceia para todos os males. Só que não é. É apenas um dos meios – embora fundamental - para evitar ou curar esses males. Louis Brandis, juiz do Supremo Tribunal Americano, afirmou um dia que"a luz do sol é o melhor desinfectante". Neste sentido, a transparência clarifica muitas acções e processos, permite encontrar irregularidades e pode até funcionar como dissuasora de certas condutas ilícitas. Mas, para isso, é preciso desde logo não legalizar o que deve ser ilegal nem instrumentalizar a transparência.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais