Sábado – Pense por si

Ricardo Borges de Castro
Ricardo Borges de Castro Analista e Consultor
28 de março de 2025 às 07:00

O quebra-cabeças turco

É impossível não estabelecer paralelos entre Erdogan e Imamoglu. A popularidade do atual presidente turco, que já teve melhores dias, desponta no final dos anos 1990 justamente por, enquanto presidente de câmara de Istambul, ter sido detido por recitar um poema do começo do século XX.

Visto de Bruxelas, a Turquia ou Türkiye (no original turco), como o Presidente Erdogan quer ela seja conhecida no mundo, é um quebra-cabeças: não se pode viver com ela, mas sem ela também não. Se a geografia, a diáspora e os problemas que afetam a Europa tornam a Turquia incontornável para os europeus, os seus problemas políticos internos tornam-na intolerável. Desta vez, a viragem autoritária é mais séria porque beneficia primeiro, de uma administração americana que não se preocupa muito com o que se passa nas democracias de outros países e, segundo, de um momento em que a Europa precisa de amigos; não de mais problemas. 

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