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Miriam Assor
09.10.2025

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.

Uma madama disse que a comida e a bebida era insuficiente, a outra, assegura que nem água, nem pão lhe deram. A terceira afirma que recebeu iogurtes e pimentos. O trio Greta Thunberg, Sofia Aparício, Mariana Mortágua enquanto detidas na prisão Ktzi'ot, queixou-se do cardápio e das condições da cela; percevejos e gente a mais. O Ritz não é para quem quer violar um bloqueio naval. Que reclamem diretamente às autoridades israelitas da boca seca, do estômago vazio e demais queixas. O alto mar, às vezes, provoca imaginação em cabeças despovoadas. Sabem lá o que é uma prisão a sério. Ainda existem filhos que tiveram pais em Peniche, o Tarrafal é memória existente, este tipo de aberrações mimadas a armarem-se em defensores representa uma vergonha para o sofrimento verdadeiro. 

Era. Ajuda humanitária, mentiroso é o Pinóquio e não mente tanto. Não quiseram entregar os mantimentos às entidades israelitas porque não tinham, sequer, uma caixa de aspirina. A ajuda humanitária, a real, exige humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência, que constituem quatro substantivos que faltam à ação das  criaturas. Aliviar o sofrimento, assistência apenas nas necessidades, não tomar partido em conflitos e autonomia nas decisões operacionais, onde, a que horas? Houve embarcações que pararam nas ilhas de Maiorca e Menorca, quiçá, para uma visita de estudo. A meio do caminho, Greta zangou-se com Mariana, deixou o comando e trocou de barco. A barbie espanhola, sem comprimidos a bordo, ia perdendo o pouco tino que lhe restava; véspera de ser chamada à pedra, publicou um vídeo a dizer, entre coisas importantes como a batata, que tinha lavado el pello — o cabelo, e água nele, para ver se acorda para vida. Até a Tunísia desmentiu o ataque de drones que alucinados viram em dia de lua cheia. 

Sem babaganush e prato de falafel acabado de fritar, as presidiárias finas e ilustres desconhecidos, tão mal tratados, coitados, conseguiram caneta e papel para deixar recado à família e convocar manifestação. Obedecidas às ordens de Mariana, terão sido contactados uma tal de Joana T e o Bloco de Esquerda, o partido que conta com uma única deputada que, em vez de estar a trabalhar na Assembleia da República, para o cargo que lhe deu as legislativas, preferiu o golpe publicitário. Na hora de lavar as mãos, leve a pedra-pomes. A manifestação de Sábado 4 de Outubro, organizada pelo moribundo assanhado Bloco tingiu-as de sangue. Mariana Mortágua, quando ainda detida no Sul de Israel, conseguiu ser a cabecilha de um comício motim que terminou em tragédia na estação do Rossio, onde manifestantes desnorteados barricaram-se, e um jovem subiu a uma carruagem, tocou na catenária e acabou eletrocutado. Foi o que conseguiram. Há imprensa que os promove a ativistas. Olhe que não. Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade. A flotilla, patrocinada por terroristas, tornou-se logicamente uma aliada do Hamas, por conseguinte, as almas, que por lá andaram, são o quê? Anjos? Aguardados no aeroporto Humberto Delgado por uma centena de fanáticos chamados para dar respiração boca a boca a um partido com os pés diretos para a cova e que não representa a sociedade portuguesa.

Viu-se propaganda miserável e inadmissível no meio académico, como na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que organizou um lixo, aka open class, Uma análise crítica sobre o Hamas e as políticas de ocupação, uma ordinária forma de branquear o Hamas em 7 de Outubro. Nesse mesmo dia, a escumalha decidiu apelar a protestos, inclusivamente a exclamar longa vida Al Qassam, panfletos escritos também em árabe a exigir raiva, página na Internet a incentivar boicote ao livro O Enigma de Israel, de Henrique Cymerman, editado pela D. Quixote. Seria bom que Francisco Ulrike revelasse a identidade que consta no seu cartão de cidadão para que não seja necessário lembrar-lhe o nome de batismo. Enquanto uma louca rasgava o livro e dúzia de tarados esperneava na rua em frente ao El Corte Inglês, a fila de pessoas que esperavam autógrafo do autor equivale ao dobro dos pirralhos que foram ao aeroporto receber almas que nunca levantam o fim das costas do sofá para lamentar o massacre do sétimo dia de Outubro de há dois anos. Doutores na incongruência. Discípulos da escola da Rússia, Coreia do Norte, China e Irão. Israel massacrado, assassinado, violado, queimado, trucidado, feito refém, e ficava a distribuir flores e café.

Para protestar das condições dos presos palestinianos nas cadeias israelitas, Greta Thunberg escolheu a imagem de Evyatar David, esquelético, a riscar uma data no calendário que marca o número de dias em cativeiro. Onde David, num túnel estreito e escuro, cava a sua cova. Greta tem razão ao mostrar o que é a crueldade, mas não devia ter legendado com mentira. Evyatar David é israelita, não é palestiniano, e refém do Hamas. A foto é uma captura de um vídeo de propaganda feito pelo Hamas e divulgado em Agosto. Por covardia, apagou a fotografia. Farinha do mesmo saco dos colegas portugueses, a quem a morte de 1200 pessoas não mereceu, sequer, um lamento. Cresçam, e se possível, desapareçam, depois de pagar a viagem de deportação. Ninguém do grupinho saiu de Israel, como por aí se diz. O verbo sair é incompatível. Expulsos, todos, isso sim, andar de lá para fora. 

O que o Hamas fez no 7 de Outubro é muito menos do que Israel faz ao povo palestiniano, as palavras de Sofia Aparício, a ex -modelo que delira ter sido sequestrada por militares de Israel, resumem a sua incapacidade de ser humana. Que veja alegria de palestinianos a festejar o cessar fogo e o possível corte do Hamas na região. Francisco louçã, doutor, demorou vinte e quatro meses para concluir que o Hamas é inimigo do povo palestiniano. Dois anos. Lento e ceguinho de antissemitismo.

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