Se há alguma experiência durante a adolescência que pode ter consequências devastadoras na forma como se navega na vida social e íntima, é a vivência de violência no namoro.
A adolescência é uma etapa de desenvolvimento pautada por alterações físicas, psicológicas e sociais. É nesta fase que consolidamos a nossa identidade, adotamos comportamentos exploratórios, construímos planos concretos sobre o futuro e ganhamos uma certa autonomia social. O afastamento progressivo dos pais é acompanhado por uma crescente valorização dos pares e, durante esta etapa, é comum que se iniciem as primeiras relações íntimas. É, sem dúvida, uma fase vivida intensamente e marcada por momentos que moldam quem vamos ser na vida adulta, tanto para o bem, como para o mal.
Sendo um estádio de desenvolvimento central à construção de quem vamos ser, não é de estranhar que experiências adversas vividas nesta fase tenham um impacto nocivo que se pode fazer sentir até anos mais tarde. E se há alguma experiência durante a adolescência que pode ter consequências devastadoras na forma como se navega na vida social e íntima, é a vivência de violência no namoro.
A violência no namoro durante a adolescência assemelha-se, em grande parte, à violência doméstica na vida adulta. Como tal, em ambos casos, estamos perante um continuum de atos coercivos e dominantes que procuram causar um determinado grau de dano na vítima. A grande diferença está na idade dos envolvidos e no modo como esta idade vai mediar o efeito que a violência tem nas suas vítimas.
Podemos considerar que a violência no namoro adota três grandes formas: física, psicológica/emocional/verbal e sexual.
A violência física no namoro abrange situações em que são desferidos, na vítima, arranhões, chapadas, murros, empurrões, mordidelas, queimaduras, entre muitos outros atos de agressão física. Todos estes comportamentos podem manifestar-se em graus variáveis de gravidade.
A violência psicológica, por sua vez, pode adotar diversas formas, nomeadamente intimidação, insultos, críticas, humilhação, ameaças (à própria pessoa, a terceiros ou aos seus bens), manipulação (por exemplo, ameaçar o suicídio, ignorar o/a namorado/a ou ameaçar pôr fim à relação), pôr em causa a autoestima do/a namorado/a e a sua independência (por exemplo, tentar isolá-lo/a da sua família, amigos ou rede de suporte) e tentar fazer com que a vítima se sinta "doida", ao questionar, constantemente, a sua capacidade de pensar e raciocinar. A perseguição e controlo das interações das vítimas com terceiros (por exemplo, através da leitura de mensagens no telemóvel do/a namorado/a) e a tentativa de prejudicar as relações sociais da vítima, ao espalhar rumores falsos ou imagens privadas, são também alguns exemplos de estratégias adotadas pelos/as agressores/as.
A violência sexual em relações amorosas, durante a adolescência, pode envolver violação, tentativa de violação e outras formas de coerção sexual, incluindo sabotagem do uso de contracetivos. O exercício de pressão para ter relações sexuais quando o/a jovem não se encontra preparado/a para tal também pode ser uma forma de violência sexual.
Não obstante o tipo de violência de que se trata, podem ser enumerados diversos fatores de risco, cuja identificação precoce pode auxiliar na prevenção destas experiências. A título de exemplo, reconhece-se que ter um estatuto socioeconómico inferior e ser de uma família com histórico de maus-tratos e violência doméstica (onde os progenitores recorrem a punição física para controlar os filhos) constituem fatores de risco para, no futuro, se ser vítima ou agressor/a em relações de intimidade. Ter sido vítima de abuso sexual na infância aumenta, ainda, o risco de se ser vitimado/a nas relações de intimidade, durante a adolescência e idade adulta. Já nos agressores, ter assistido a violência entre os progenitores pode levar à crença de que esse tipo de dinâmicas é normal nas relações íntimas e, como tal, pode ser reproduzida nos próprios relacionamentos.
O envolvimento em grupos de pares violentos é também um fator de risco à perpetração de violência no namoro e, dado que os adolescentes valorizam fortemente as relações com pares, este é um dos fatores mais expressivos no que remete para a previsão de situações de violência no namoro. Por fim, ter uma baixa autoestima, ansiedade, raiva, humor depressivo e ideação suicida, adotar comportamentos de risco (por exemplo, o uso de drogas) e ter um baixo rendimento escolar estão associados não só a experiências de vitimação no namoro, como de perpetração de violência neste contexto, existindo, assim, uma sobreposição entre agressores/as e vítimas. Nas vítimas, experiências de violência no namoro podem levar a problemas físicos e psicológicos e, no seu extremo, podem levar à morte destes/as jovens.
Se é na adolescência que construímos expectativas e crenças sobre o modo como as nossas relações íntimas devem funcionar, então é certo que a vivência, nesta fase, de experiências de violência nestes contextos vai distorcer o modo como percebemos e vivemos a intimidade, ao longo da nossa vida.
É importante, então, reter que os adolescentes traduzem nos seus relacionamentos aquilo que observam nos seus contextos sociais e familiares. Como tal, uma intervenção junto dos jovens não é suficiente para travar a problemática da violência no namoro. Esta deverá, igualmente, ser implementada junto da comunidade onde estão inseridos, permitindo, assim, a construção de um ambiente mais seguro, onde os adolescentes podem aprender a viver a intimidade de forma adaptativa e saudável.
A forma mais encoberta da violência obstétrica, isto é, a violência verbal, inclui comentários desrespeitosos, reprimendas desnecessárias, ironia, insultos, ameaças, culpabilização e humilhação da grávida.
Um olhar para o passado proporciona-nos, facilmente, figuras como Mussolini, Stalin, Hitler e Mao Zedong. Todos estes líderes, independentemente da sua inclinação política, viram ser construído um culto de personalidade em sua honra.
A conhecida síndrome de Munchausen consiste no fabrico de doenças físicas e mentais, de modo a obter ganhos secundários, como o reconhecimento e atenção de terceiros ou cuidados médicos.
O nosso desenvolvimento individual ocorre faseada e progressivamente com o tempo. Não o devemos apressar, sob risco de perdermos experiências formativas e fundamentais para quem somos.
Muitos jogos gratuitos e amplamente populares, aliás, incluem agora jogos de apostas como função secundária das suas aplicações, uma espécie de mini-jogos que integram.
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