Sábado – Pense por si

João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
11 de junho de 2025 às 07:08

Vemo-nos em tribunal

O recurso a processos judiciais para punir a crítica revela um abismo de cultura democrática, acobertada pela lei.

Para um comediante, o único crime é não ter piada. Tudo o resto deve ser-lhe permitido. Até as monarquias absolutistas tinham uma indulgência especial para os bobos da corte, porque falavam verdade ao poder e pela função que assumiam, de válvula de escape de tensões sociais. Hoje os reis já não têm poder absoluto, nem os comediantes direito a indulgência. No Brasil, a condenação do humorista Leo Lins a oito anos de prisão por discurso de ódio reacendeu o debate. Nunca tinha ouvido falar dele até à sua condenação e, pelo que vi do seu "humor", ficou claro que por este critério, em que o único crime imperdoável é não ter piada, Leo Lins é um criminoso. As piadinhas que zombam casualmente de negros, homossexuais, pessoas com deficiência ou até crianças vítimas de violência sexual são de uma boçalidade e falta de gosto atrozes. O "humorista" é um menino petulante que lança umas atoardas para se promover como irreverente e "politicamente incorreto", porque piada não tem nenhuma.

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