Sábado – Pense por si

Joaquim Miranda Sarmento
Joaquim Miranda Sarmento Professor auxiliar de Finanças no ISEG
22 de agosto de 2016 às 14:21

A corrida e o abismo

Há uma frase de Nietzsche que diz "quando olhamos profundamente o abismo, o abismo olha profundamente para nós". Nos dias que correm, o país entretém-se a fugir de olhar para o abismo, acreditando que isso nos salvará

Há uma frase de Nietzsche que diz "quando olhamos profundamente o abismo, o abismo olha profundamente para nós". Nos dias que correm, o país entretém-se a fugir de olhar para o abismo, acreditando que isso nos salvará. É sempre assim, quando a esquerda está no poder, e ainda mais agora que é apoiada pela extrema-esquerda. A economia e as finanças públicas dão sinais de alarme, mas o país prefere continuar a acreditar que as receitas que nos conduziram ao desastre, no passado, desta vez é que funcionarão. A nossa crise de crescimento não começou em 2008, com a crise financeira, mas em 2000. E entre 2000 e 2015, o nosso PIB aumentou, em termos nominais, cerca de 60 mil milhões (bis) € (em termos reais permaneceu igual, o crescimento foi todo por via de preços). Já a nossa dívida pública aumentou cerca de 100 bis. Ou seja, e com alguma simplificação, cada euro "torrado" em dívida pública gerou pouco mais de 50 cêntimos em produto nominal e zero em produto real. Vamos mesmo continuar a apostar na mesma receita de desastre?

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