Agora que está a encerrar o presente ano letivo, seria acertado iniciar-se um conjunto de planos e estratégias trabalhadas em rede por parte de instituições nacionais e locais a propósito da preparação para o futuro de um conceito de mobilidade escolar mais amiga das crianças e da natureza.
Atualmente e nas últimas décadas, o modo dominante de transporte escolar em Portugal é realizado por automóvel, com grandes implicações na diminuição da liberdade, autonomia de mobilidade, saúde física, mental e social e segurança das crianças. De fato, a realidade de como as crianças chegam às escolas, implica uma análise alargada de fatores e constrangimentos que passam pelas políticas laborais, vida familiar e transporte, planeamento urbano e saúde pública. Esta aparente situação generalizada de ambientes inseguros para crianças (e também para adultos) é naturalmente preocupante dadas as suas raízes na velocidade automóvel, volume de tráfego, estacionamento, tipo de ruas e passeios pedonais. Trata-se igualmente de questionar os aspetos relacionados com justiça e equidade na mobilidade social. Quando as políticas de trânsito, o desenho urbano e o comportamento dos motoristas não protegem de forma adequada esses direitos a uma mobilidade autónoma e numa perspetiva de sustentabilidade ecológica, as crianças podem ser colocadas em risco. Sabemos que ambientes inseguros limitam as capacidades de adaptação das crianças em se envolverem em atividades lúdicas e físicas adequadas à idade, geralmente porque os pais se recusam a dar-lhes permissão para estar fora sem supervisão. As crianças têm o direito de usar com a segurança adequada, as ruas, estradas, passeios, praças e outros espaços públicos. Existem perdas irreparáveis para uma grande maioria de crianças no seu desenvolvimento, visto não terem oportunidades de independência de mobilidade no espaço público: perceção, mapeamento e representação mental do espaço físico construído e natural, descoberta e experimentação do território de vida, sobrevivência e confronto com a adversidade, risco e resolução de problemas, observação do espaço natural, controlo emocional, criação de um estilo de vida ativo, encontro de amigos e realização de atividades lúdicas, conhecimento pormenorizado das caraterísticas físicas e sociológicas do ambiente urbano e interiorização de vivências ocorridas de forma imprevista ou inabitual.
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