Sábado – Pense por si

Carlos Torres
Carlos Torres Editor Executivo
30 de abril de 2024 às 18:00

Os últimos dias da guerra colonial

Agostinho Pinto era operador de transmissões na guerra colonial e guardou muitas das mensagens secretas que intercetou. Trouxe-as de Angola e agora publicamos um excerto. E ainda: entrevistas com os atores Paulo Pires e Cleia Almeida e com o jornalista italiano que escreveu a biografia do Papa.

Antes de receber a jornalista Rita Rato Nunes em sua casa, em Cacia, Aveiro, onde também abriu o Museu dos Telefones, Agostinho Pinto, 72 anos, operador do regimento das transmissões na guerra colonial em Angola, procurou aconselhar-se com ex-camaradas: 50 anos depois, é a altura de abrir o baú? A vida de Agostinho Pinto era muito diferente da dos outros cinco ex-combatentes que falaram à SÁBADO para o artigo de capa desta semana, sobre os últimos dias da guerra colonial. Ele tinha um salário, dormia numa pensão e andava com motorista. As mensagens que intercetava e transcrevia para levar aos oficiais estavam envoltas em secretismo. "Nada podia ser levado dali, mas eu era curioso: arranjei umas folhas fininhas, que estiveram no baú estes 50 anos, tudo o que me interessava transcrevia e ao fim do dia levava para casa escondido dentro de um livro. Como era um homem de confiança da PIDE tive sorte e nunca fui apanhado."

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Editorial

Só sabemos que não sabemos

Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres