Sábado – Pense por si

Venezuela: a grande fuga

João Carvalho Pina, na Colômbia 26 de outubro de 2018 às 14:27

Os caminhos que antes eram usados por contrabandistas para passar cocaína para um lado e gasolina para o outro são agora usados para atravessar refugiados sem documentos. Retrato de um país em sangria

Quando em Villa del Rosario, nos arredores de Cúcuta, na Colômbia, às 6h da manhã a luz começa a deixar ver o rio Táchira, com as suas águas castanhas e a ponte Simon Bolívar, que o atravessa para San António, na Venezuela, revela-se a maior crise migratória das últimas décadas na América Latina. Um formigueiro de pessoas começa a mover-se. Todos os dias, uma multidão atravessa a fronteira: uns vão às compras ou para trabalhar por alguns pesos, mas há também homens com enormes malas à cabeça, mulheres com sacos de plástico cheios e crianças a tiracolo e pessoas em muletas e cadeiras de rodas.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.