Sábado – Pense por si

Uma escola de ballet na favela?

Lucília Galha
Lucília Galha 01 de abril de 2018 às 10:00

A sala é escura, o chão em cimento e os alunos dançam sobretudo descalços, para não estragar as sapatilhas. Mas há música clássica, tutus coloridos e até bailarinos que já fizeram o Quebra-Nozes.

Todas as quartas-feiras, depois do período lectivo, a sala de aulas transforma-se. Alunos e professores retiram as cadeiras e as mesas e limpam o chão (com as mãos) para dar lugar a outra actividade. Aquela sala escura com chão em cimento, sem porta e com vidros partidos nas janelas converte-se, de forma inesperada, num estúdio de ballet. Nada ali é convencional: a sala não tem electricidade e também não há espelho nem barras para praticar, usa-se a parede como suporte. E os alunos dançam descalços – as sapatilhas de ballet são demasiado caras e delicadas para aguentarem o chão de cimento. Mais: o espaço é tão exíguo que as 30 crianças têm de ter cuidado para não baterem umas nas outras enquanto dançam.

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