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Tratado de Roma. Pensado por estalinista, assinado em branco

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 25 de março de 2017 às 08:00

O russo Alexandre Kojève integrou o Ministério da Economia francês, tendo sido a "éminence grise da política comercial" francesa durante a segunda metade da década de 40. Abrir o mercado a seis países? Foi ideia dele. Contudo, em 1999 foi acusado de espionagem

Há 60 anos, Itália, França, República Federal da Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo juntaram-se na capital italiana para assinar o Tratado de Roma, documento que constituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE). Naquele dia, seis países saíram do Monte Capitolino com uma aliança económica que criou o mercado comum, eliminando barreiras alfandegárias entre Estados-membros, e permitiu a livre circulação dos produtos agrícolas dentro da CEE. Tais ideias de abertura económica entre países, que ajudaram uma Europa fragilizada pela Segunda Guerra Mundial, vieram de um académico russo, especialista em Engels, que trabalhava para o governo francês e que, em 1999, foi acusado de ser um espião estalinista. 

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