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Guerra na Ucrânia. Rússia atinge edifício da Cruz Vermelha em Mariupol

Depois de mais uma ronda de conversações presenciais, a Rússia prometeu diminuir a presença militar junto de Kiev. Já a Ucrânia acedeu ao estatuto de neutralidade, garantindo que não vai ter bases militares estrangeiras no seu território. Porém, a paz parece ainda longe e esta foi mais uma noite de bombardeamentos junto a zonas residenciais.

REUTERS TV/via REUTERS
Ao Minuto Atualizado 30 mar 2022
30 mar 2022 30 de março de 2022 às 19:02

Eslováquia expulsa 35 diplomatas russos

A Eslováquia decidiu expulsar 35 diplomatas russos, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros, ao invocar informações fornecidas pelos serviços de informações.

Esta medida insere-se numa longa série de expulsões de diplomatas russos por diversos Estados-membros da União Europeia (UE) e pelos Estado Unidos, no contexto da invasão russa da Ucrânia.

O embaixador da Federação da Rússia foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros eslovaco, onde lhe foi entregue uma nota anunciando "que a República eslovaca decidiu reduzir em 35 pessoas o pessoal da embaixada russa em Bratislava", indicou à agência noticiosa AFP o porta-voz da diplomacia eslovaca, Juraj Tomaga.

"Lamentamos que após as precedentes expulsões de diplomatas russos no decurso dos dois últimos anos, a missão diplomática russa nunca tenha demonstrado qualquer intenção de atuar corretamente na Eslováquia", acrescentou Tomaga.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 19:01

Guerra já fez pelo menos 1.189 mortos e 1.901 feridos civis

A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.189 mortos e 1.901 feridos entre a população civil, a maioria dos quais vítimas de armamento explosivo de grande impacto, indicou hoje a ONU.

No seu relatório diário de vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de terça-feira (hora local), 108 crianças entre os mortos e 142 entre os feridos.

A Alto-Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 19:01

Biden promete a Zelensky mais 500 milhões de ajuda

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que o seu Governo dará à Ucrânia 500 milhões de dólares (cerca de 450 milhões de euros) a mais, em ajuda.

Durante uma conversa telefónica, os dois líderes analisaram os esforços de Washington e dos seus aliados para identificar "capacidades adicionais" para ajudar as forças militares ucranianas, disse a Casa Branca, em comunicado.

Na chamada de 55 minutos, sobre os últimos desenvolvimentos em torno da invasão da Ucrânia pela Rússia, Biden assegurou ainda ao seu homólogo que a assistência está já a caminho da Ucrânia.

A Casa Branca não esclareceu se esse dinheiro será para fins humanitários ou se terá a forma de ajuda militar.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 16:54

Zelensky para a Noruega: "Podem dar uma contribuição decisiva à Europa"

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve esta quarta-feira em videoconferência com o Parlamento da Noruega para pedir ao país que é o segundo maior fornecedor de gás natural à Europa a seguir à Rússia, que forneça mais energia ao seu país e à União Europeia.

No discurso perante o Storting, Zelensky também considerou que os navios russos "não deveriam ter o direito de usar os portos do mundo livre". "Vocês podem dar uma contribuição decisiva para a segurança energética da Europa, fornecendo os recursos necessários aos países da União Europeia e à Ucrânia", afirmou aos deputados e membros do Governo norueguês, que o aplaudiram de pé.

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30 mar 2022 30 de março de 2022 às 16:31
Lusa

Hungria acusa Ucrânia de ingerência nas eleições legislativas

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria acusou hoje a liderança ucraniana de ingerência nas próximas eleições, o que foi negado pelo seu homólogo ucraniano, numa altura de tensão nas relações entre os dois países.

Num vídeo divulgado pelos ‘media’ sociais, o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjártó, referiu-se a uma "contínua coordenação entre a esquerda húngara e representantes do Governo ucraniano" e considerou que Kiev está a tentar influenciar as eleições legislativas de 03 de abril ao favorecer a ampla coligação da oposição, que inclui partidos da direita radical à esquerda moderada.

Szijjártó não indicou qualquer prova que sustentasse as suas declarações, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

As afirmações do ministro húngaro surgiram após recentes comentários do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, muito críticos do posicionamento do Governo de Budapeste face ao conflito no seu país na sequência da invasão russa de 24 de fevereiro.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 15:01

Kremlin saúda exigências da Ucrânia, mas diz não existirem "sérios avanços" nas negociações

O Kremlin saudou esta quarta-feira o facto da Ucrânia ter apresentado exigências de forma escrita nas negociações com a Rússia, mas diz que não há ainda avanços. 

Segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, as convesações entre as delegações de Moscovo e Kiev na Turquia ainda não resultaram em nada de "muito promissor" e que existe ainda um grande trabalho a ser feito.

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30 mar 2022 30 de março de 2022 às 15:00
Lusa

Tropas russas movem-se para leste mas impedindo ucranianas de deixar Kiev

A Ucrânia relatou hoje que os russos recolocaram algumas das suas forças, retirando-as da área de Kiev para o leste do país, onde o exército ucraniano disse ter recuperado o controlo de uma estrada estratégica entre Kharkiv e Chuguiv.

Um conselheiro do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse, em declarações a uma televisão, que a Rússia transferiu algumas das suas tropas de áreas próximas de Kiev, a capital do país, para leste, num esforço para cercar as forças ucranianas naquela zona.

Oleksiy Arestovych referiu que a Rússia deixou, contudo, forças suficientes perto de Kiev para obrigar as tropas ucranianas a manter-se aí e impedi-las de se deslocarem para outras áreas e que Moscovo ainda não retirou nenhuma das suas tropas da cidade de Chernigiv.

As autoridades militares russas tinham anunciado que iriam concentrar os seus esforços no leste da Ucrânia, onde os rebeldes apoiados por Moscovo combatem as forças ucranianas desde 2014.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 13:56

Rússia atinge edifício da Cruz Vermelha em Mariupol

A provedora da Justiça na Ucrânia, Lyudmyla Denisova, avançou esta quarta-feira que as forças russas atingiram um edifício da Cruz Vermelha na cidade de Mariupol.

Em comunicado, a comissária ucraniana para os direitos humanos indica que forças russas tiveram como alvo o edificício do Comité Internacional da Cruz Vermelha.

"Artilharia e aeronaves inimigas dispararam sobre um edifício marcado com uma cruz vermelha sob um fundo branco, indicando a presença de feridos, civis ou carga humanitária", refere, não especificando quando o ataque aconteceu e não avançando confirmação de mortes ou feridos.

In Mariupol, Russian occupiers deliberately target building of the International Red Cross, marked by a red cross, with artillery and aviation bombs, Azov regiment sayshttps://t.co/ti3mi96uZM pic.twitter.com/rDxqmCP2CZ

"Este é mais um crime de guerra por parte do exército russo", refere Denisova, indicando que, até agora, os únicos a bombardearem edifícios marcados com cruzes vermelhas tinham sido as tropas da Alemanha de Hitler.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 13:37

Ex-comandante da NATO diz que não haverá paz enquanto Putin estiver no poder

Richard Shirreff, antigo segundo comandante supremo da NATO na Europa, diz que, como "a maioria das pessoas", tem suspeitas profundas relativamente à promessa da Rússia de reduzir os ataques em Kiev e em Chernihiv.

"Isto é um reconhecimento quase certo de que a tentativa de avançar em múltiplos eixos fracassou e é muito provavelmente um presságio da concentração de forças em outra zona", afirmou, citado pela BBC.

"Enquanto Putin estiver no Kremlin não pode haver paz na Europa", disse, descrevendo-o como um "autocrata manchado de sangue".

Para o antigo comandante britânico a NATO tem de garantir que o conflito "continua a ser uma guerra fria - e não quente", o que significa que a aliança deve preparar-se para um cenário de guerra em todos os aspetos.

"Não vimos ainda esse aumento da capacidade da NATO, que eu acho que vai ser essencial se a NATO for travar qualquer agressão adicional", reforçou.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 12:20
Lusa

Lavrov anuncia ordem mundial “mais justa” durante visita à China

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou hoje uma ordem mundial "mais justa", em parceria com a China, durante a sua primeira visita ao país desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Estamos a viver uma fase muito séria na história das relações internacionais", disse o chefe da diplomacia do Kremlin, no início de um encontro bilateral com o seu homólogo chinês, Wang Yi.

"Estou convencido de que no final desta etapa, a situação internacional ficará muito mais clara, e que nós, juntamente com vocês e com os nossos apoiantes, caminharemos para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática", afirmou Lavrov.

Pequim recusou-se a condenar a invasão russa da Ucrânia, desencadeada a 24 de fevereiro, preferindo denunciar as sanções ocidentais contra a Rússia.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 11:04

Agência de inteligência russa diz ter detido 60 membros de grupo "neo-Nazi" ucraniano

O Serviço Federal de Segurança russo (FSB) avançou esta quarta-feira que deteve 60 apoiantes daquilo que descreve como um grupo "neo-Nazi" ucraniano, além da apreensão de armas em 23 regiões russas.

O grupo, identificado pelo FSB como MKU (Loucos. Culto do Homicídio), terá sido formado por um ucraniano sob o patrocínio de serviços de inteligência ucraniano, avança a agência de inteligência russa.

Moscovo tem defendido a "desnazificação" da Ucrânia como um dos objetivos da sua "operação militar especial", alegando existir uma alta influência de "nazis" anti-Rússia em Kiev.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 10:09

Mais de 4 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão

O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) anunciou que o número de refugiados da guerra na Ucrânia ultrapassou hoje os 4 milhões, cinco semanas após o início da invasão de tropas russas.

Tal representa quase 10% do total da população ucraniana de 44 milhões.

Refugees from Ukraine are now 4 million, five weeks after the start of the Russian attack.

I have just arrived in Ukraine.

In Lviv I will discuss with the authorities, the UN and other partners ways to increase our support to people affected and displaced by this senseless war.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 09:51

Mais de 1.600 pessoas retiradas por corredores humanitários nas últimas horas

Um total de 1.665 pessoas foram retiradas nas últimas horas da cidade sitiada de Mariupol, no sul da Ucrânia, e de outras cidades próximas, através de corredores humanitários.

A ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que a retirada foi concluída, de acordo com a agência de notícias local Ukrinform.

Iryna Vereshchuk adiantou que "1.665 pessoas foram retiradas de Mariupol e várias cidades da região de Zaporijia, ao longo dos três corredores humanitários acordados" com os russos.

A saída dos civis foi feita em veículos particulares, no mesmo dia em que a Rússia e a Ucrânia retomaram as conversações em Istambul para encontrar uma solução para o conflito.

A mesma responsável indicou que 936 pessoas conseguiram deixar Mariupol e 729 da região de Zaporijia, que inclui as cidades de Berdiansk, Melitopol, Enerhodar, Polohy, Orykhiv, Huliaypole e Vasylivka.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 09:50
Lusa

Sirenes antiaéreas em várias cidades apesar de anúncio russo de redução das operações

As sirenes antiaéreas voltaram a tocar em Kiev, Jitomir, Kharkiv, Dnipro e Poltava, apesar de Moscovo ter anunciado uma redução das operações militares na capital ucraniana e em Chernobyl, noticiou hoje a imprensa local.

Na região de Lugansk, um gasoduto de alta pressão foi atingido, na terça-feira à noite, por bombardeamentos das tropas russas, disse, na plataforma Telegram, o chefe da administração militar da região, Sergii Haidai, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

De acordo com Haidai, um projétil atingiu um gasoduto de alta pressão, perto de Proletarsk, deixando sem abastecimento 35 mil pessoas nas localidades de Lisichansk, Privillya, Novodruzhesk, Bilohorivka, Zolotarivka e Shipylivka.

A Ukrinform indicou ainda que as tropas russas lançaram ataques aéreos, na terça-feira, na região de Lugansk, em particular nas zonas de Voevodovka, Rubizhne, Lisichansk, Kreminna, Zolote e Popasna.

Severodonetsk e várias localidades próximas foram alvo, esta manhã, de fortes bombardeamentos.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 09:02

Russos estão a bombardear quase toda a linha que separa Donetsk do resto da Ucrânia

As forças russas estão a bombardear quase todas as cidades na linha que separa a zona controlada pelos separatistas pró-russos em Donetsk e o restante território ucraniano, anuncia o governador da região.

Pavlo Kyrylenko receia que a situação piore, já que se espera que os russos concentrem os seus esforços nas regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Logansk.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 08:54

Alemanha emitiu "alerta precoce" para possível crise de gás

A Alemanha emitiu, esta quarta-feira, um "alerta precoce" de uma possível crise de fornecimento de gás. Este alerta foi criado para preparar o sistema para uma paragem ou disrupção no fornecimento do gás natural que vem da Rússia, explicou o governo alemão.

Este alerta surge depois das sanções impostas pela União Europeia à Rússia e depois de Moscovo ter anunciado que vai passar o pagamento do gás exclusivamente para rublos. Uma exigência que foi recusada pelos países do G7, onde se inclui a Alemanha.

Este "alerta precoce" é o primeiro de três passos de contingência e não implica para já nenhuma intervenção estatal no racionamento de gás. Porém, este é um gesto que o governo aconselha: "Cada kilowatt/hora conta", referiu o ministro da Economia Robert Habeck.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 08:32
Lusa

China diz que “sanções extremas prejudicam todas as partes”

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China considerou que "sanções extremas são prejudiciais para todas as partes", na questão da Ucrânia, durante uma reunião por videoconferência com o chefe da diplomacia da União Europeia (UE).

De acordo com um comunicado emitido pelo Governo chinês, Wang Yi explicou a Josep Borrell que a China "escolhe a paz" e que, entre sanções e diálogo, está comprometida com o "diálogo".

Wang disse confiar que o "tempo mostrará que a atual posição da China é responsável", referindo-se ao conflito na Ucrânia.

A "velha mentalidade da guerra fria" e o "confronto entre blocos" não têm mais lugar na Europa, apontou.

"Não é justo ou legal" obrigar "países que não fazem parte do conflito a pagarem por isso", disse.

Wang reiterou que a China está "disposta a trabalhar com a comunidade internacional para alcançar um cessar-fogo, promover negociações de paz e evitar uma crise humanitária", e redobrar os esforços "para uma resolução rápida do conflito" que tenha em conta as "preocupações legítimas e razoáveis de todas as partes".

O ministro pediu que "não se adote uma abordagem simplista, a ‘preto e branco’, em "problemas de segurança complexos".

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 08:20
Lusa

Kiev denuncia "inúmeros casos" de violações de mulheres pelas forças russas

O governo ucraniano denunciou à União Europeia (UE) "inúmeros casos" de violação de mulheres pelas forças da Rússia durante a invasão russa da Ucrânia, revelou na terça-feira a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson.

O ministro ucraniano Denis Monastirsky, que participou na segunda-feira por videoconferência na reunião extraordinária de ministros do Interior europeus em Bruxelas, assegurou que tem provas de "muitas violações a mulheres".

Estas violações, que também já aconteceram em "muitas outras guerras, parecem ser mais ou menos incentivadas pelos russos", referiu Ylva Johansson durante a Comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade de Género do Parlamento Europeu.

"É a primeira vez que se ouve falar neste assunto no contexto de guerra na Ucrânia. Isto está a acontecer agora, de acordo com o ministro do Interior ucraniano", realçou.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 08:13

Londres diz que tropas russas foram obrigadas a regressar a casa

Unidades militares russas que sofreram pesadas derrotas na Ucrânia foram forçadas a regressar a casa ou à Bielorrússia, revelam os serviços de inteligência militar britânicos. A retirada acontece um dia depois do anúncio de Moscovo de diminuir a presença militar junto de Kiev.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reagiu com ceticismo a este anúncio. A guerra está agora na quinta semana.

30 mar 2022 30 de março de 2022 às 07:54
Lusa

Moscovo acusa Kiev de usar viaturas da ONU para transportar armas

A Rússia acusou a Ucrânia de usar viaturas oficiais das Nações Unidas para transportar armas, durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU.

"Não podemos deixar de expressar a nossa preocupação com os casos em curso de apreensão de veículos com símbolos da ONU pelas Forças Armadas da Ucrânia", advertiu o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia.

Por outro lado, Nebenzia afirmou que as autoridades ucranianas estão a dar um "tratamento brutal" à população do país e expressou a "séria preocupação" de Moscovo sobre a possibilidade de estar a ser feita uma "limpeza física" dos opositores.

O diplomata falou no alegado desaparecimento de ativistas, cientistas políticos e jornalistas que alegadamente defendem opiniões contrárias às do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergii Kislitsia, que não respondeu às acusações, que classificou de "mentiras", apelou novamente à ajuda militar e a sanções mais duras contra Moscovo durante a sessão do Conselho de Segurança.

"O processo de negociação, que está em curso, não elimina de forma alguma a necessidade de prestar ajuda adicional à Ucrânia em matéria de armas e de implementar novas sanções à Federação Russa pelo ato de agressão cometido", disse Kislitsia em comunicado.

O embaixador ucraniano na ONU disse que, desde o início da invasão, Moscovo perdeu mais de 17.000 militares, mais de 1.700 veículos blindados, quase 600 tanques, mais de 300 sistemas de artilharia, 127 aviões e 129 helicópteros, quase 100 sistemas de lançamento de foguetes, 54 sistemas de defesa aérea e sete navios.

"Existe um claro nexo entre a apertada situação de segurança, humanitária e de segurança alimentar no que diz respeito à guerra russa contra a Ucrânia. Após o fracasso do seu plano inicial de 'guerra-relâmpago', as tropas russas avançaram para o plano 'B'", disse.

O diplomata ucraniano explicou que o novo plano da Rússia consiste no "cerco de cidades, violação de acordos sobre corredores humanitários ou terror contra civis nas áreas ocupadas, incluindo raptos e assassínios".

"O que também nos alarma na Ucrânia é que 40 milhões de ucranianos poderão enfrentar escassez de alimentos este ano. Isto leva o Governo ucraniano a trabalhar intensamente em ambos os caminhos: assegurar ao máximo o potencial de exportação do país e assegurar que os ucranianos, que suportam o fardo principal da agressão russa, não sofram de fome", acrescentou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Calado é Camões

O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.