Imagens foram divulgadas num site registado em nome de Piotr Pavlenski, artista russo refugiado em França, que justificou a iniciativa por querer "denunciar os altos funcionários e representantes políticos que mentem". Foi detido por outro crime.
O artista russo Piotr Pavlenski, que reivindica a divulgação do vídeo de teor sexual que levou à renúncia deBenjamin Griveaux como candidato a presidente da Câmara de Paris, foi este sábado detido por um outro crime, segundo as autoridades.
Griveaux, candidato às eleições autárquicas em Paris pelo movimento A República em Marcha, do presidente francês,Emmanuel Macron, abandonou a corrida na sexta-feira, depois da divulgação de um vídeo com imagens de conteúdo sexual destinadas a uma mulher.
As imagens foram divulgadas num site da Internet registado em nome de Piotr Pavlenski, artista russo refugiado em França, que assumiu a responsabilidade da iniciativa, justificando-a por querer "denunciar os altos funcionários e representantes políticos que mentem aos seus eleitores e impõem à sociedade o puritanismo que eles desprezam".
Hoje, o Ministério Público francês anunciou a sua detenção, no âmbito de uma investigação em que o artista é acusado de violência voluntária com uma arma, durante uma festa na capital francesa, na véspera de Ano Novo, que registou três feridos.
A polícia disse, assim, que a detenção nada tem a ver com a divulgação das imagens de Benjamin Griveaux, já que o candidato não apresentou qualquer queixa até agora, embora o seu advogado tenha dito que o iria fazer.
A divulgação 'on-line' das imagens de conteúdo sexual do ex-candidato e ex-porta-voz do Governo de Macron sem o seu consentimento pode, no entanto, conduzir a um processo judicial com uma pena até dois anos de prisão e multa de 60.000 euros.
Piotr Pavlenski é conhecido pelo seu gosto por provocar e já foi condenado a três anos de prisão, dois de pena suspensa - que terá de cumprir em caso de reincidência - por incendiar uma agência do Banco da França na praça da Bastilha, em Paris, em outubro de 2017, ano em que chegou à França.
Segundo as suas explicações, com essa ação o artista e ativista pretendia denunciar o poder do mundo financeiro.
Na passada sexta-feira, enquanto a campanha eleitoral do município de Paris foi surpreendida com a renúncia de Griveaux, com uma reação de condenação quase unânime da classe política contra a difusão das imagens, Pavlenski reivindicou a autoria da iniciativa de violação da privacidade do candidato.
Em entrevista ao jornal Libération, o artista defendeu a decisão de divulgar no seu 'site' o vídeo em que Griveaux aparece a masturbar-se, alegadamente destinado à sua amante, e apontou a sua "perigosa hipocrisia".
Para Pavlenski, Griveaux é um político "cínico", porque o seu comportamento sexual revelado pela gravação não corresponde à imagem que ele queria dar na campanha, na qual usou a sua mulher para obter votos.
Artista que divulgou vídeos sexuais de candidato à câmara de Paris detido
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