Com a alça enrolada no tornozelo, sem tocar no chão, assente nos pés e preso entre as pernas. Era assim que Min Kym guardava o violino Stradivarius de 300 anos sempre que estava fora de casa ou da sala de concertos. Não confiava em ninguém. Mas naquele fatídico dia 1 de Novembro, talvez por culpa dos medicamentos que estava a tomar para curar uma infecção pulmonar – esteve tão mal que chegou a desmaiar na rua – ou do cansaço de andar em digressão com a Orquestra Filarmónica de Londres, ou ainda por não querer ter outra discussão com o namorado, aceitou deixá-lo em cima do banco. Eram nove da noite, estavam na estação de Euston, em Londres, e iam para Manchester. Matt, que era violoncelista, teve a ideia de ir mais cedo para comerem qualquer coisa no Pret a Manger. Uma sanduíche de almôndegas e um café para Kim, uma sopa para ele. De repente, o restaurante encheu-se e Matt gritou: "Oh, meu Deus. Onde está o teu violino?"

Antes o violino que o namorado

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