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Venezuela: Preços subiram 223,1% durante o mês de Agosto

05 de setembro de 2018 às 22:52

O Fundo Monetário Internacional projectou que a Venezuela terminará 2018 com uma inflação acumulada de 1.000.000%.

Os preços dos produtos subiram 223,10% durante o passado mês de Agosto, elevando para 200.005,00% a inflação anual acumulada, segundo dados divulgados hoje pela Comissão de Finanças (CF) da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a maioria.

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"A CF, na ausência de números fornecidos pelo Banco Central da Venezuela em relação à inflação, calculou que, após dez dias do pacote político do governo [aumento de impostos, do salário e da gasolina], a hiperinflação disparou na Venezuela", disse o presidente da CF, Rafael Guzmán.

Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Rafael Guzmán explicou que só no mês de Agosto a inflação venezuelana "atingiu 223,10%, enquanto o acumulado de Janeiro a Agosto de 2018 foi de 34.680,7% e o valor anual (de Agosto de 2017 a Agosto de 2018) já está em 200.005,00%".

Segundo este responsável da CF, a desvalorização da moeda nacional, a fixação oficial de novos e elevados preços e o aumento em 35 vezes do salário mínimo dos venezuelanos fez aumentar o preço dos produtos.

"Em relação ao mês de Julho, quando a inflação foi de 125%, em Agosto, os preços triplicaram", disse Rafael Guzmán, precisando que a Venezuela regista uma inflação diária de 4% e que os produtos que mais subiram de preço foi o arrendamento de casas (548%), serviços de comunicação (406%), restaurantes e hotéis (365%), e bebidas alcoólicas e tabaco (205%).

Os equipamentos para o lar subiram 204%, o transporte 135% e os alimentos e bebidas alcoólicas 127%.

"Nicolás [Maduro, Presidente da Venezuela], está é a tua obra, este é o teu desastre", frisou.

O Fundo Monetário Internacional projectou que a Venezuela terminará 2018 com uma inflação acumulada de 1.000.000%, mas a CF insiste que deverá rondar os 4.000.000%.

Segundo o parlamento venezuelano, o país está a entrar numa nova etapa de escassez de produtos.

"Já não se conseguem produtos, não há produção e o único propósito é dominar a vontade dos venezuelanos", disse Rafael Guzmán

Além disso, "no sector privado, muitos esforçam-se para custear os pagamentos, mas outros foram forçados a fechar as portas", o que significa "menos activos e, como há menos activos e mais dinheiro na rua, a inflação aumenta ", explicou o presidente da Comissão de Finanças da Assembleia Nacional da Venezuela.

O Banco Central da Venezuela não divulga dados oficiais sobre a inflação desde 2016.

Em Janeiro do ano seguinte, o parlamento decidiu publicitar os dados da inflação.

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