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Taiwan condena manobras militares chinesas e acusa Pequim de escalar tensão regional

29 de dezembro de 2025 às 07:55

O Ministério da Defesa de Taiwan denunciou “diversos tipos de hostilidade militar e operações de desinformação” por parte de Pequim e confirma a ativação de um centro de resposta.

As autoridades de Taiwan condenaram esta segunda-feira as manobras com fogo real iniciadas pela China em torno da ilha, denunciando uma campanha de “intimidação militar” e “provocações irracionais” que, segundo Taipé, ameaçam a paz regional.
Taiwan
Em comunicado, a porta-voz presidencial, Karen Kuo, afirmou que a estabilidade no Estreito de Taiwan e no Indo-Pacífico representa um “amplo consenso” da comunidade internacional e alertou que os exercícios militares chineses “socavam flagrantemente a segurança regional” e desafiam o direito internacional. As críticas surgem após o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China ter anunciado manobras com munição real ao redor da ilha, a decorrer entre hoje e terça-feira, numa altura em que Pequim reforça a pressão militar sobre Taiwan, num contexto de deterioração das relações com o Japão e de apoio crescente dos Estados Unidos a Taipé. Kuo assegurou que as Forças Armadas e os serviços de segurança taiwaneses mantêm um acompanhamento “antecipado e exaustivo” da situação, com “todas as medidas necessárias” acionadas para garantir a segurança do território. “A população pode estar tranquila”, garantiu. O Ministério da Defesa de Taiwan divulgou também uma nota em que denuncia “diversos tipos de hostilidade militar e operações de desinformação” por parte de Pequim e confirma a ativação de um centro de resposta, com o destacamento de forças descritas como adequadas para proteger a soberania e a democracia da ilha. “Defender a liberdade e a democracia não é uma provocação”, afirmou o ministério, que acusou a China de agir de forma agressiva e de ser “o maior fator de perturbação da paz”, ao mesmo tempo que reforçou a necessidade de acelerar uma capacidade de dissuasão “altamente resiliente”. As autoridades de Taipé defenderam que apenas uma paz obtida através da força e prontidão pode ser duradoura e prometeram manter vigilância contínua sobre as ações da China: “Não subestimaremos as suas capacidades, mas também não subestimaremos as nossas”. Kuo acusou ainda a China de promover uma “expansão autoritária” e mencionou episódios recentes de intimidação a Japão e Filipinas, que agravaram de forma unilateral a tensão regional. A porta-voz instou Pequim a “agir com racionalidade e moderação”, evitar “erros de cálculo” e terminar “provocações irresponsáveis”. Segundo o ELP, os exercícios visam enviar um “sério aviso” às forças separatistas que defendem a independência de Taiwan e à “interferência externa”. Taiwan é autogovernado desde 1949, mas a República Popular da China considera a ilha uma “parte inalienável” do seu território e não exclui o uso da força para alcançar a reunificação, posição rejeitada pelo Governo de Taipé, que defende que apenas os 23 milhões de habitantes da ilha têm o direito de decidir o seu futuro político.
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