Autor do ataque numa escola em Áustria tinha uma bomba artesanal em casa. O que se sabe?

Até ao momento existem poucas informações sobre o suspeito e o que motivou este ataque, mas tudo indica que seria um antigo estudante, segundo a polícia local. Aqui está tudo o que se sabe até ao momento.

O que aconteceu?

Na terça-feira (10) de manhã um homem abriu fogo contra a escola secundária de BORG Dreierschützengasse, na cidade de Graz, Áustria.

O incidente foi reportado à polícia local perto das 10h (9h de Lisboa), tendo as autoridades colocado um helicóptero no ar. O cenário, que contou com cerca de 300 agentes no local, levou também à intervenção das unidades COBRA, especialmente treinadas para este tipo de cenários.

À BBC, Astrid, uma mulher que mora com o marido Franz num apartamento perto do estabelecimento escolar, disse que tinha acabado de estender a roupa quando começou a ouvir tiros. "Ouvi tiros, muitos tiros. Era um atrás do outro. Fui até ao apartamento, falei com o meu marido e disse: 'Alguém está a disparar'. Ele achou que talvez fosse outra coisa, mas ouvimos uns 30 ou 40 tiros. Foi aí que o meu marido ligou para a polícia."

Já Monika Leiner, uma mulher de 55 anos que vive perto da escola, descreveu o ataque como "terrivel". "Sou um pouco mais velha e já vi muitas coisas, mas não me lembro de um tiroteio com tantas mortes", reportou à agência de notícias Reuters.

Pelas 11h30, a polícia escrevia na rede social X que o estabelecimento havia sido evacuado e que os estudantes haviam sido levados para o estádio mais próximo do local.

Na segunda-feira celebra-se o feriado Pentecoste, por isso, nesse dia as escolas austríacas estiveram encerradas. Na terça-feira, os alunos preparavam-se, assim, para regressar à escola, depois de um fim de semana perlongado.

O que se sabe acerca das vítimas?

Como consequência deste ataque morreram 11 pessoas: oito alunos, dois adultos e o próprio atacante.

Os seus corpos foram encontrados do lado de fora e dentro da escola, em vários andares, segundo o diretor-geral de Segurança Pública, Franz Ruf, e o atacante suicidou-se na casa de banho do estabelecimento. De acordo com o ministro do Interior, Gerhard Karner, seis das vítimas eram mulheres e três homens. 

Até ao momento ainda são desconhecidas as identidades das vítimas e as mesmas só deverão ser divulgadas após a conclusão das investigações. Sabe-se apenas que uma delas teria 17 anos e era uma estudante francesa, avançou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot. "Os nossos pensamentos e condolências vão para a sua família e amigos."

Além das vítimas mortais, outras 12 pessoas ficaram feridas, algumas com bastante gravidade, descreveu ainda a polícia.

Quem é o atacante?

As autoridades ainda não divulgaram o nome do suspeito responsável pelo ataque, e os motivos do mesmo ainda não foram determinados.

A polícia mencionou apenas numa entrevista aos jornalistas que o atacante seria um homem natural de Graz e que teria 21 anos. Acredita-se também que seria um ex-aluno que não completou o ensino.

Para este ataque, o jovem terá utilizado duas armas - uma espingarda e uma pistola - que possuía legalmente.

Já após o incidente, enquanto a polícia levava a cabo uma investigação, foi encontrado na sua casa uma nota onde o suspeito falava sobre o ataque. Franz Ruf disse à rádio ORF que a carta, tanto em formato analógico como digital, incluía uma mensagem de despedida para os seus pais. Além disso, foi também encontrada uma bomba caseira com defeito, informou esta quarta-feira a polícia no X.

O jovem não teria qualquer registo criminal, uma vez que não era conhecido pelas autoridades. 

As reações ao incidente

O chanceler austríaco, Christian Stocker, descreveu o ataque como uma "tragédia nacional" numa publicação no X. "O massacre numa escola em Graz é uma tragédia nacional que abalou profundamente todo o nosso país. Não há palavras para descrever a dor e o sofrimento que todos nós estamos a sentir neste momento", escreveu.

Christian Stocker aproveitou ainda para declarar três dias de luto nacional. "Uma escola é mais do que apenas um lugar de aprendizagem. É um espaço de confiança, de segurança, de futuro. O facto de esse espaço seguro ter sido destruído por tal ato de violência deixa-nos sem palavras."

Já o presidente, Alexander Van Der Bellen, lamentou a morte das vítimas, que eram ainda jovens, e lembrou que "tinham a vida inteira pela frente". "Não há nada que possa aliviar a dor sentida pelos pais, avós, irmãos e amigos das pessoas assassinadas neste momento."

Também a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, dedicou algumas palavras a este incidente: "As escolas são símbolos de juventude, esperança e futuro. É difícil suportar quando as escolas se tornam lugares de morte e violência", escreveu no X.

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