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Seis soldados peruanos arrastados por rio enquanto fugiam de manifestantes

Lusa 06 de março de 2023 às 07:41

A região de Puno mantém bloqueios de estradas e greves desde janeiro.

Um soldado peruano morreu e cinco estão desaparecidos depois de terem sido arrastados por um rio, quando fugiam no domingo de um grupo de manifestantes antigovernamentais na região sul de Puno, junto à fronteira com a Bolívia.

REUTERS/Pilar Olivares/File Photo

Os militares faziam parte de uma patrulha que se deslocava da localidade de Ilave para Juli, onde os manifestantes incendiaram no sábado uma esquadra da polícia, quando foram intercetados por um grupo violento que impediu a sua passagem, avançou o Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, em comunicado.

A patrulha decidiu fazer um percurso alternativo e atravessar o rio Ilave para evitar o confronto, mas, "devido às dificuldades, ao caudal do rio e a um ataque com pedras e outros objetos contundentes", seis soldados foram arrastados pela corrente, acrescentou.

O corpo de um dos soldados foi encontrado e as autoridades militares iniciaram esforços para localizar os cinco militares desaparecidos. Outros cinco soldados encontram-se internados no hospital de Ilave com hipotermia, em estado estável.

No sábado, cerca de 300 pessoas atacaram a esquadra da polícia da cidade de Juli com pedras e objetos contundentes durante várias horas e, finalmente, o edifício foi incendiado com coquetéis molotov, indicaram, em comunicado, os Ministérios da Defesa e do Interior peruanos.

Em resultado do ataque, dez agentes da polícia ficaram feridos e foram retirados de helicóptero, enquanto sete civis receberam tratamento no hospital de Juli.

Também no sábado, outro grupo atacou a base militar de Juli, temporariamente instalada num hotel, causando ferimentos a dez soldados, acrescentou a mesma nota.

A região de Puno, onde se situam Juli e Ilave, mantém bloqueios de estradas e greves desde janeiro, quando os habitantes saíram às ruas para exigir a renúncia da Presidente peruana, Dina Boluarte, no âmbito de manifestações durante as quais morreram 18 pessoas na cidade vizinha de Juliaca.

O governo de Dina Boluarte declarou estado de emergência em Puno, onde o controlo da ordem interna está a cargo das Forças Armadas peruanas, com o apoio da Polícia peruana.

Puno é a única província onde ainda prosseguem os protestos contra Boluarte, que substituiu o ex-chefe de Estado Pedro Castillo, em prisão preventiva desde dezembro, depois de ter sido acusado de tentativa de golpe de Estado.

Os manifestantes exigem a libertação de Castillo, a demissão de Boluarte, a antecipação das eleições, a dissolução do parlamento e a convocação de uma assembleia constituinte.

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