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Segundo impeachment de Donald Trump: Ainda é uma realidade?

José Couceiro com Leonor Riso 28 de janeiro de 2021 às 14:49

A Câmara dos Representantes entregou no Senado esta segunda-feira o artigo de impeachment contra o antigo presidente. A vitória dos democratas pode estar mais longe do que se esperava.

É a primeira vez na história dos Estados Unidos em que um presidente vai enfrentar um segundo processo deimpeachment. Apesar de Trump já não ser o presidente, o julgamento está marcado para começar em fevereiro. No caso de ser condenado, Trump ficará impedido de voltar a ocupar um cargo público, deitando por terra eventuais planos de uma recandidatura em 2024.

Donald Trump Reuters

As acusações deste novo processo têm por base o discurso provocador dito pelo antigo presidente a uma multidão de apoiantes, furiosa pelo resultado das eleições presidenciais. Trump, que na altura negava ter perdido, disse aos seus apoiantes para "lutarem como tudo" ("fight like hell") contra este resultado. Momentos depois uma multidão tomou de assalto o Capitólio na cidade de Washington DC, dia 6 de janeiro, durante o qual cinco pessoas morreram.

A 13 de janeiro, uma semana após a invasão, a Câmara dos Representantes aprovou o artigo, que acusa Trump de "incitamento a uma insurreição". Com o voto final a ser 232 contra 197, onde 10 representantes republicanos se juntaram aos do Partido Democrata. Mas qualquer certeza que os democratas pudessem ter acabou na terça-feira durante uma votação no Senado.

O senador republicano Rand Paul apresentou uma moção onde contesta o julgamento com base na constituição dos Estados Unidos, alegando que não permite um processo de impeachment contra antigos presidentes. Donald Trump deixou o cargo a 20 de janeiro.

No entanto, esta moção foi rejeitada pelo Senado, com uma votação de 55 contra e 45 a favor, na qual apenas cinco senadores republicanos se juntaram aos democratas. Entre eles Mitt Romney, senador e ex-candidato à Casa Branca, que foi o único senador republicano a votar a favor no primeiro processo de impeachment de Donald Trump.

Se por um lado os republicanos não conseguiram parar o julgamento antes de ele começar, esta votação mostra a grande influência que Donald Trump ainda tem no partido. Os democratas precisam que 17 senadores republicanos se juntem na votação durante o processo para que oimpeachmentaconteça.

O líder da maioria democrata do senado, Chuck Schumer, argumenta que a moção republicana é "totalmente errada", e caso fosse verdade, significaria um escape para presidentes culpados de má conduta. O senador disse também que o julgamento começará na semana de 8 de fevereiro e avançará de forma rápida.

Habitualmente o julgamento começa logo após a entrega do artigo no senado. Porém os líderes do senado acordaram adiar o processo por duas semanas, de forma a permitir que o novo presidente, Joe Biden, dê posse ao seu gabinete presidencial e comece a sua agenda legislativa.

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