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Secretário de Bento XVI afastado após livro polémico

05 de fevereiro de 2020 às 19:01

O secretário particular do papa emérito Bento XVI, no centro de uma polémica em torno de um livro sobre celibato, foi afastado.

O secretário particular do papa emérito Bento XVI, no centro de uma polémica em torno de um livro sobre celibato, foi afastado, segundo um jornal alemão, preferindo o Vaticano falar de aliviar as suas funções.

O arcebispo alemão George Ganswein é normalmente responsável enquanto "prefeito da Casa Pontifícia" -- cargo de grande visibilidade -- de organizar as audiências do Papa em exercício, Francisco, acompanhando os fiéis ou chefes de Estado.

Mas o prelado de 63 anos não é visto há várias semanas nestas funções.

O jornal bávaro Tagespost -- próximo do arcebispo que lhe concedeu uma rara entrevista a 17 de janeiro - afirma que este foi colocado em licença ´sine die´.

"O secretário particular do papa emérito permanece na liderança da prefeitura, responsável pelas audiências públicas do Papa, mas é libertado para conceder mais tempo ao papa Bento XVI", escreve o jornal, que insere esta medida no quadro da polémica de um livro sobre celibato.

No livro do cardeal guineense ultraconservador Robert Sarah e de Bento XVI. O papa emérito defende que o celibato dos padres "tem um grande significado" e é "indispensável para que o caminho" dos sacerdotes "na direção de Deus permaneça o fundamento" da sua vida.

Esta defesa pública do celibato sacerdotal causou polémica, pois surgiu numa altura em que é esperada a posição final do Papa Francisco sobre as conclusões do Sínodo dos Bispos para a Amazónia, no qual foi defendida a abertura para a ordenação de homens casados naquela região do mundo, a fim de ultrapassar as dificuldades causadas pela falta de padres.

A polémica atingiu tão grandes dimensões após a publicação de excertos do livro pelo jornal francês Le Figaro, que levou o próprio Bento XVI a pedir a retirada do seu nome da autoria da obra, alegadamente por não ter dado autorização para a utilização do seu texto numa obra, o que Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, contestou.

A retirada da assinatura conjunta já não foi possível na edição francesa, e na portuguesa aparecerá como autor Robert Sarah "com o contributo de Bento XVI".

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