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Reino Unido anuncia acordo de comércio com o Japão

11 de setembro de 2020 às 11:01

O tratado, que pretende aumentar o comércio com o Japão em cerca de 16,5 mil milhões de euros, foi assinado esta manhã por videoconferência.

O Governo britânico anunciou hoje ter alcançado um acordo de princípio com o Japão, o primeiro acordo comercial "importante" desde que saiu da União Europeia (UE) no final de janeiro.

"O Reino Unido assinou um acordo de comércio livre com o Japão, que é o primeiro grande acordo de comércio do país" como uma "nação comercialmente independente", afirmou o ministério do Comércio Internacional num comunicado.

O tratado, que pretende aumentar o comércio com o Japão em cerca de 15,2 mil milhões de libras (16,5 mil milhões de euros), foi assinado esta manhã por videoconferência pela ministra de Comércio Internacional, Liz Truss, e do chefe da diplomacia japonesa, Toshimitsu Motegi.

O acordo permitirá que empresas britânicas evitem tarifas sobre 99% das suas exportações para o Japão, beneficiando as indústrias agroalimentar, tecnológica e de serviços financeiros.

Para o Japão serão reduzidas tarifas sobre peças de empresas japonesas de construção de automóveis e comboios, como a Nissan e Hitachi. 

Após sair da UE, em 31 de janeiro, o Reino Unido acelerou a negociação de novos acordos comerciais com os principais parceiros económicos para que entrem em vigor em 2021 após o final do período de transição em dezembro, durante o qual o país ainda beneficia das condições da união aduaneira europeia. 

Este mês, o governo indicou estar a fazer "bons progressos" nas negociações para estabelecer acordos comerciais com outros países fora da União Europeia (UE), como os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia e no acesso ao CPTTP (Acordo de Cooperação Económica Transpacífico)".

Porém, encontra-se num impasse para chegar a um entendimento com a UE, destino de cerca de 50% das exportações britânicas, devido ao desacordo relativamente a questões como as pescas ou apoios estatais a empresas. 

Na quinta-feira, fim da oitava ronda das negociações pós-Brexit, o negociador-chefe britânico, David Frost, disse terem sido discutidos "todos os problemas em detalhe, incluindo os mais difíceis", mas admitiu que continuam a existir divergências significativas.

"Temos feito propostas consistentes que proporcionam uma concorrência aberta e justa, com base em níveis elevados, de uma forma que é adequada a um acordo de comércio livre moderno entre iguais soberanos e autónomos. Continuamos empenhados em trabalhar arduamente para chegar a um acordo até meados de outubro", vincou.

Frost disse que ficou acordado com o homólogo europeu, Michel Barnier, que uma nona ronda terá lugar na próxima semana em Bruxelas, apesar da tensão entre as duas capitais. 

O Governo britânico rejeitou o ultimato da UE para retirar uma proposta de lei que invalida certas cláusulas do Acordo de Saída da UE e do Protocolo relativo à Irlanda do Norte. 

A proposta de lei para o "Mercado Interno" contraria partes do Acordo de Saída, deixando de aplicar a lei da UE no caso de as negociações para um acordo de comércio pós-Brexit falharem em questões como declarações de exportação, apoios estatais e controlos aduaneiros que envolvam a Irlanda do Norte. 

A Comissão Europeia ameaçou com uma ação jurídica, avisando que "a violação dos termos do Acordo de Saída violaria o direito internacional, minaria a confiança e poria em risco as futuras negociações em curso sobre as relações".

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