Secções
Entrar

Reconhecimento da Palestina: França avisa Israel que responderá com extrema firmeza em caso de retaliação

Lusa 22 de setembro de 2025 às 09:31

O reconhecimento do Estado Palestiniano pela França será confirmado com um discurso esta tarde do Presidente francês, Emmanuel Macron, em Nova Iorque, por ocasião da abertura da Assembleia-Geral da ONU.

O Governo francês vai responder com extrema firmeza se Israel tomar medidas de retaliação, como o encerramento da sua embaixada, devido ao reconhecimento do Estado Palestiniano, declarou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot.
Felix Zahn/picture-alliance/dpa/AP Images
“Se tais medidas forem tomadas, responderemos com extrema firmeza. Espero que não chegue a esse ponto (…). Não é de forma alguma do interesse deles [israelitas]”, declarou Barrot à rádio TF1. O reconhecimento do Estado Palestiniano pela França será confirmado com um discurso esta tarde do Presidente francês, Emmanuel Macron, em Nova Iorque, por ocasião da abertura da Assembleia-Geral da ONU. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês afirmou hoje que a iniciativa de reconhecer o Estado Palestiniano "serve à segurança de Israel". "A sua implementação será gradual e condicionada pelos acontecimentos no terreno, incluindo a libertação dos reféns", esclareceu Barrot. A França declarou que para o reconhecimento da Palestina, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), tal como prometido, tem de realizar uma reforma profunda na sua governação e o Hamas deve ser desarmado, o que implicaria o fim do seu controlo sobre a Faixa de Gaza. Para tal, espera-se também a assistência de países árabes aliados. “A nossa análise, a nossa profunda convicção, é que o Estado Palestiniano significa o fim do Hamas e a segurança de Israel", referiu o chefe da diplomacia francesa. Barrot justificou a sua recusa em utilizar o termo genocídio para descrever o que se passa em Gaza com a ofensiva militar israelita, defendendo que esta questão deve ser decidida "pelas jurisdições internacionais, pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e pelo Tribunal Penal Internacional" (TPI). No entanto, observou que o relatório da ONU que utiliza o termo genocídio realça a gravidade da situação e é um apelo para que "cesse" o sofrimento do povo palestiniano, pois "Gaza tornou-se um lugar de morte". As bandeiras palestinianas e israelitas foram projetadas na Torre Eiffel, na noite passada, acompanhadas por uma pomba que transportava um ramo de oliveira, símbolo da paz, no bico. A Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e Arábia Saudita, decorre hoje em Nova Iorque, na qual vários países reconhecerão o Estado palestiniano. Além de Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália - que já anunciaram o reconhecimento do Estado palestiniano no domingo -, Andorra, Bélgica, França, Luxemburgo, Malta e São Marino vão reconhecer o Estado palestiniano durante a conferência, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela