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Polícia do Bangladesh acusa 16 pessoas por queimarem viva rapariga de 19 anos

29 de maio de 2019 às 17:20

O assassínio de Nusrat Jahan Rafi, que morreu após ter sido queimada no terraço do telhado do seu colégio, provocou protestos em todo o país, promovidos por grupos de defesa dos direitos humanos.

A polícia do Bangladesh acusou esta quarta-feira 16 pessoas pela morte de uma jovem de 19 anos que foi queimada viva depois de ter apresentado queixa por assédio sexual contra o diretor da escola islâmica que frequentava.

O assassínio de Nusrat Jahan Rafi, que morreu após ter sido queimada no terraço do telhado do seu colégio, provocou protestos em todo o país, promovidos por grupos de defesa dos direitos humanos.

Segundo estes grupos, os abusos contra as mulheres no Bangladesh têm aumentado nos últimos anos.

"Apresentámos hoje em tribunal acusações contra 16 pessoas e defendemos a aplicação da pena máxima", afirmou o chefe da polícia de investigação do país, Banaj Kumar Majumder, à saída do tribunal.

A acusação foi feita com base "nos testemunhos de 92 pessoas", acrescentou.

O investigador principal adiantou que os detidos, entre os quais um dos principais professores da escola, foram acusados de homicídio e instigação de crime.

O ataque a Nusrat Jahan Rafi aconteceu em 06 de abril, quando várias pessoas escondidas por burcas, e entre as quais estavam pelo menos duas colegas, a levaram para o telhado do colégio, onde lhe exigiram que retirasse a queixa de assédio sexual contra o diretor da escola.

Quando a jovem rejeitou fazê-lo, os atacantes regaram-na com querosene e pegaram-lhe fogo.

Nusrat Jahan Rafi morreu quatro dias depois no hospital, na sequência de queimaduras graves em 80% do corpo.

O irmão da jovem, Mahmudul Hasan, explicou que quando se dirigia de ambulância para o hospital, Nusrat Jahan Rafi contou o que se passara, enquanto ele gravava o seu testemunho com o telemóvel.

Segundo a polícia, os atacantes tentaram que o crime parecesse um suicídio.

Organizações locais, como Odhikar, asseguram que, em 2018, pelo menos 47 mulheres – 32 das quais menores de idade – morreram depois de terem sido violadas no Bangladesh, além de terem sido documentados 635 casos de abusos sexuais. 

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