"Perderam-se muitas vidas, principalmente nos andares superiores"
Testemunhos de moradores no prédio que ardeu em Londres dão conta de várias mortes e de ineficácia das autoridades: "Os bombeiros e a polícia não agiram rapidamente"
Miguel Alves, um dos 10 portugueses que viviam no edifício que ardeu em Londres, criticou a actuação dos bombeiros e da polícia, que considera "não terem alertado rapidamente as pessoas do prédio". "Os bombeiros e a polícia não agiram rapidamente, não alertaram logo as pessoas para o incêndio", disse à Lusa o motorista de 49 anos, que vive em Londres desde 1998.
O português contou que tinha saído com a mulher e, ao regressar a casa, "carregou normalmente para o 13.º andar", onde residia e que outras duas pessoas carregaram no 4º andar. Quando a porta se abriu para deixar sair no quarto piso, "estava ohallde entrada cheia de fumo". Miguel Alves explica que a sua reacção foi sair do elevador, mandar a mulher para fora do prédio e subir até ao 13º andar para ir buscar a filha de 16 anos e o filho de 20. O português explicou que não havia indícios de que fosse um problema tão grave.
Quando subiu, avisou os vizinhos e desceu com estes em segurança. Só depois Miguel Alves se apercebeu que tinha entrado em casa no início do incêndio. "Quando desci, a situação ainda não era assim tão grave. Por isso, questiono porque é que as autoridades não deram o alarme imediatamente, uma vez que já estavam no local quando desci à rua", contou à agência Lusa. Miguel Alves adiantou também que o prédio pertence à autarquia, que há poucos meses recebeu queixas sobre a segurança no edifício. "Faço parte da comissão de residentes que há uns tempos alertou a Câmara para os problemas de segurança, nomeadamente o risco de incêndio. Isto porque o edifício sofreu obras há uns anos. Mudaram janelas e o revestimento exterior para material muito inflamável", disse.
Edições do Dia
Boas leituras!