Pastor que convencia fiéis a morrer à fome poderá estar ligado a tráfico de órgãos
Já foram encontrados 112 corpos enterrados, em 30 valas comuns, na floresta de Shakahola. Mas as autoridades acreditam que o número possa ser superior.
No final de abril, o Quénia ficou em choque depois das autoridades teremdesenterrado mais de uma centena de corpos sepultados em valas comunsna cidade de Malindi. As vítimas pertenciam todas à Good News International Church, uma organização de culto religioso, fundada em 2003, que convencia os crentes a morrer à fome para "conhecerem Jesus". Agora, a investigação revelou que o seu pastor, Paul Nthenge Mackenzie, teria ligações a uma rede de tráfico de órgãos.
"Os relatóriospost-mortemprovaram a existência de órgãos ausentes em alguns dos corpos de vítimas que foram desenterrados. Acreditamos que poderá estar em causa o comércio de órgãos humanos e que o mesmo foi coordenado entre vários atores", afirmou em tribunal o inspetor-chefe Martin Munene citado peloThe Guardian.
A polícia relatou ainda que, em muitos casos, as extrações poderão ter sido feitas de "forma forçada" e que algumas pessoas, incluindo crianças, terão morrido estranguladas, espancadas ou sufocadas e não há fome.
Mas os crimes acaram por ir mais longe, uma vez que as autoridades avançam que um presidiário, Ezekiel Odero, terá recebido "enormes quantias monetárias" de seguidores de Mackenzie que venderam as suas propriedades a pedido do líder. Perante a descoberta, o tribunal de Nairóbi decretou o congelamento de mais de duas dezenas de contas bancárias durante pelo menos 30 dias.
O caso - que ficou conhecido como o "massacre na floresta de Shakahola" - continua em investigação. As buscas estiveram temporariamente suspensas devido ao mau tempo mas, até ao momento, foram encontradas 30 valas comuns e 112 corpos. Ainda assim, as autoridades acreditam que o número poderá ser superior tendo em conta que 410 pessoas, incluindo 227 crianças, foram dadas como desaparecidas.
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