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Opositora de Lukashenko começa a ser julgada por traição

Ana Bela Ferreira 17 de janeiro de 2023 às 10:19

Sviatlana Tsikhanouskaya vive atualmente na Lituânia e vai ser julgada à revelia na Bielorrússia. Opositora de Lukashenko acredita que julgamento é "uma farsa" e que não ser justo.

A Bielorrússia começou a julgar, esta terça-feira, a líder da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya à revelia por acusações de traição. A opositora, de 40 anos, fugiu da Bielorrússia depois das eleições de 2020, que perdeu para Alexander Lukashenko e que motivaram protestos massivos alegando fraude eleitoral.

REUTERS/Johanna Geron

Sviatlana Tsikhanouskaya enfrenta a possibilidade de vir a ser condenada a uma pena de 15 anos de prisão. Mas a própria já anunciou que considera este julgamento "uma farsa".

A opositora política de Luskashenko - o principal aliado de Putin na guerra contra a Ucrânia, que governa a Bielorrússia desde 1994 - vive neste momento exilada em Vilnius, a capital da Lituânia.

Em Davos, onde está a participar no Fórum Económico Mundial, Sviatlana Tsikhanouskaya disse à Reuters não acreditar que o seu julgamento vá ser justo. "Na Bielorrússia não existem julgamentos justos. Vivemos sem lei no nosso país, por isso, o julgamento de amanhã [hoje] será uma farsa e um espetáculo, mas não justiça verdadeira."

Alega ainda não ter recebido qualquer documentação relacionado com o processo, do seu advogado designado pelo tribunal. Sviatlana Tsikhanouskaya e vários opositores do regime estão acusados de traição e tentativa de golpe de Estado, referiu o tribunal antes do início do julgamento.

"Tsikhanouskaya, uma vez no território da República da Lituânia, proclamou-se vencedora das últimas eleições... e o único líder nacional eleito pelo povo bielorrusso", indicou o gabinete do procurador-geral.

Na segunda-feira surgiram ainda mais acusações sobre o marido de Sviatlana Tsikhanouskaya, que se encontra preso. O blogger de 44 anos foi preso em 2020 quando tentava concorrer às eleições contra Luskashenko. Foi a sua prisão que levou Sviatlana a concorrer ela própria ao cargo, apesar de não ter qualquer perfil público na época.

Ativistas estimam que cerca de 1.500 pessoas estejam presas na Bielorrússia por motivos políticos.

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