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ONG apelam à ONU para agir no caso da princesa Latifa “refém” no Dubai

Lusa 18 de fevereiro de 2021 às 15:11

A princesa de 35 anos, filha do emir do Dubai, diz ter sido "torturada" e "detida durante três anos" pelo seu pai, após uma primeira tentativa de fuga.

Várias organizações de defesa dos direitos humanos apelaram à ONU que trate do caso da princesa Latifa, filha do emir do Dubai, que afirmou estar "refém" e temer pela sua vida em vídeos divulgados esta semana por media britânicos.

Sheikha Latifa Al Maktoum Youtube

A princesa de 35 anos, filha de Mohammed ben Rached al-Maktoum, dirigente do emirado do Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, afirmou num vídeo em 2018 ter tentado fugir numa embarcação da rica cidade-Estado do Golfo e ter sido forçada a regressar.

No mesmo vídeo, dizia ter sido "torturada" e "detida durante três anos" pelo seu pai, após uma primeira tentativa de fuga.

"Esperamos simplesmente que a ONU peça a sua libertação de modo claro e não apenas uma prova de vida", declarou na noite de quarta-feira à agência France Presse Hiba Zayadin, investigadora sobre o Golfo da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

"Não sabemos qual é a situação de Sheikha Latifa neste momento. Os vídeos divulgados recentemente pela BBC não permitem verificar quando ou onde foram realizados", adiantou.

Segundo a emissora pública britânica, foram filmados cerca de um ano depois da sua vã tentativa de fuga.

Parentes da princesa, que dizem não ter notícias suas há vários meses, entregaram à BBC e à Sky News os vídeos onde ela diz estar fechada numa "mansão transformada em prisão".

Um porta-voz de Michelle Bachelet, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, indicou à BBC que a responsável ia interrogar os Emirados sobre a situação da princesa.

O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, pediu na quarta-feira provas de vida, referindo na Sky News tratar-se de um "caso muito difícil" e "preocupante".

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, por seu turno, pediu à "comunidade internacional para dar atenção aos apelos de ajuda de Sheikha Latifa".

"O conteúdo dos vídeos (…) é assustador e estamos extremamente preocupados com a sua segurança", indicou Lynn Maalouf, diretora adjunta da Amnistia para o Médio Oriente e Norte de África.

"Ela pode estar detida numa ‘jaula dourada’, mas isso não altera o facto de a sua privação de liberdade poder ser arbitrária", criticou num comunicado.

As organizações não-governamentais acusam regularmente os Emirados de violarem os direitos humanos e de reprimirem as vozes críticas.

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