Número inédito: França expulsou 20 estrangeiros radicalizados em 2017
O ministro do Interior francês tem sido alvo de fortes críticas por parte da direita e da extrema-direita francesas, principalmente depois do ataque do passado dia 23 de Março no sul de França.
Vinte estrangeiros radicalizados em situação regular foram expulsos de França em 2017, afirmou este sábado o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, frisando que este número é inédito no país.
O ministro do Interior francês tem sido alvo de fortes críticas por parte da direita e da extrema-direita francesas, que têm classificado como ineficiente a estratégia de Paris para lutar contra o extremismo e reivindicado mais expulsões de estrangeiros radicalizados.
As críticas intensificaram-se após os ataques jihadistas ocorridos no passado dia 23 de Março no sul de França, que fizeram quatro mortos.
Numa entrevista ao jornal francês Ouest-France, Gérard Collomb respondeu às críticas, frisando que as autoridades francesas estão empenhadas e que as 20 expulsões verificadas no ano passado são um "número inédito".
O ministro não deu pormenores sobre a nacionalidade dos estrangeiros expulsos do território francês.
Na mesma entrevista, o ministro salientou igualmente que os recentes ataques em Trèbes e em Carcassonne, no sul de França, eram "difíceis de prever".
O autor dos ataques, Redouane Lakdim, de 26 anos, estava sinalizado pelas autoridades francesas desde Novembro de 2015, mas as investigações não revelaram "qualquer sinal que sugerisse a passagem ao ato".
A Direcção-Geral da Segurança Interna (DGSI, na sigla francesa) tinha convocado Redouane Lakdim em Março para uma entrevista de avaliação.
Ainda sobre as críticas do partido Os Republicanos (centro-direita) e da Frente Nacional (extrema-direita), Collomb afirmou que é "impossível" colocar na prisão as 26 mil pessoas que estão referenciadas pelas autoridades francesas.
"Deter os 26 mil sinalizados, ou aqueles que nos parecem perigosos, é impossível, porque estarem referenciado não é prova de culpa", disse o ministro do Interior francês, que esta semana tinha avançado um número inferior de indivíduos assinalados por motivos de radicalização islâmica (11 mil pessoas).
A 23 de Março, Redouane Lakdim sequestrou trabalhadores e clientes num supermercado de Trèbes, roubou um automóvel em Carcassonne e disparou tiros contra um grupo de polícias.
O homem afirmou que estava a agir em nome do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que iria reivindicar posteriormente os ataques.
Os ataques provocaram quatro mortos, incluindo o atacante, e 16 feridos, entre os quais um cidadão português em estado grave.
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