Secções
Entrar

MP da Coreia do Sul quer deter ex-ministro da Defesa devido à lei marcial

Lusa 10 de dezembro de 2024 às 07:33

O Tribunal Distrital Central de Seul disse esta terça-feira que vai analisar o pedido dos procuradores para a emissão de um mandado de detenção para o ex-ministro Kim Yong-hyun.

O Ministério Público da Coreia do Sul apresentou esta terça-feira um pedido formal para deter o ex-ministro da Defesa, acusado de ter conspirado com o Presidente Yoon Suk-yeol para impor a lei marcial.

O Tribunal Distrital Central de Seul disse esta terça-feira que vai analisar o pedido dos procuradores para a emissão de um mandado de detenção para o ex-ministro Kim Yong-hyun.

As autoridades estão a investigar Kim por rebelião, após o dirigente ter alegadamente recomendado a Yoon a imposição da lei marcial e o envio de tropas para o parlamento, para impedir que os legisladores suspendessem essa medida.

Num comunicado divulgado através de um escritório de advogados, Kim pediu "desculpas profundas por causar ansiedade e incómodo significativos".

O ministro aceitou a responsabilidade exclusiva pela aplicação da lei marcial e pediu clemência para os soldados destacados para a Assembleia Nacional sul-coreana, dizendo que estavam apenas a cumprir ordens.

Se o tribunal emitir o mandado de detenção de Kim, será o primeiro ligado à lei marcial.

Os procuradores teriam até 20 dias para investigar Kim e determinar se o deveriam acusar.

Uma condenação sob a acusação de rebelião tem como punição máxima a pena de morte.

O Ministério da Justiça proibiu na segunda-feira Yoon e outras oito pessoas de viajar para o estrangeiro enquanto estiverem sob investigação.

É a primeira vez que um Presidente em exercício na Coreia do Sul recebe uma proibição de viajar deste tipo.

Além do Ministério Público, também o Gabinete de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Nível e a polícia estão a investigar as circunstâncias em torno da imposição da lei marcial.

O principal partido da oposição da Coreia do Sul classificou a imposição da lei marcial por parte de Yoon como "rebelião inconstitucional e ilegal ou golpe".

O Partido Democrático (PD) apresentou queixas junto da polícia contra pelo menos nove pessoas, incluindo Yoon e o ex-ministro da Defesa.

Embora o Presidente tenha imunidade contra processos judiciais enquanto estiver em funções, tal não se estende a alegações de rebelião ou traição.

Também esta terça-feira, a oposição criticou o Partido Popular do Povo (PPP), no poder, por se recusar a destituir Yoon.

"Por mais que tentem justificar (…) este é um segundo ato de rebelião e um segundo golpe, ilegal e inconstitucional", disse Park Chan-dae, líder parlamentar do PD.

No sábado, Yoon escapou por pouco a uma primeira moção de destituição, submetida ao Parlamento. O PPP boicotou e invalidou a votação por falta de quórum.

Em comunicado, o PPP afirmou ter obtido, em troca do bloqueio da moção, a promessa de que Yoon se retiraria para deixar a governação do país à sua formação e ao primeiro-ministro.

No domingo, o PD anunciou que vai tentar novamente destituir o Presidente, no dia 14 de dezembro.

REUTERS/Leah Millis//File Photo
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela