Secções
Entrar

Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se para discutir a Ucrânia e Gaza

Gabriela Ângelo 14 de abril de 2025 às 15:11

A cimeira acontece um dia depois do ataque russo à cidade ucraniana de Sumy, que matou 34 pessoas e feriu cerca de 100.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reuniram-se esta segunda-feira no Luxemburgo para discutir questões como o conflito na Ucrânia, as tensões no Médio Oriente e a relação entre o bloco e África. 

O principal tópico na agenda da cimeira foi a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, assim como o caminho para o cessar-fogo. Aos jornalistas, Kaja Kallas, a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, defendeu que é necessário impôr mais pressão à Rússia de forma a suspender os ataques na Ucrânia. 

"Penso que temos de exercer a máxima pressão sobre a Rússia para que esta guerra termine, porque são precisos dois para se querer a paz", afirmou Kallas. "Só é preciso um para querer a guerra", acrescentou.

A cimeira acontece um dia depois das festividades de Domingo de Ramos e do mortífero ataque russo à cidade ucraniana de Sumy, que matou mais de 30 pessoas e feriu cerca de 100. 

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português, este ataque "mostra algo que temos reiteradamente afirmado, o governo de Putin não quer a paz". O ataque durante "a semana santa", um momento "altamente significativo quer para a Ucrânia, quer para a Rússia, tem um significado de querer continuar o conflito", defendeu Paulo Rangel.

Jean Noel-Barrot, o ministro francês, também realçou que a Rússia "não tem intenção" de concordar com o cessar-fogo, apelando a que a UE "imponha as sanções mais duras possíveis contra a Rússia, a fim de sufocar a sua economia e impedir que alimente o seu esforço de guerra". 

A questão israelo-palestiniana também foi um dos principais tópicos da reunião. Kallas em antevisão com jornalistas explicou que depois da cimeira iriam ter um diálogo político de alto nível com a Palestina, para entender "o que está a acontecer em Gaza, o que mais podemos fazer para travar estas perdas de vidas terríveis", uma vez que a UE é o maior doador de ajuda humanitária da região.

Entretanto, a representante anunciou através da rede social X que o bloco irá "intensificar" o seu apoio ao povo palestiniano com um pacote de 1,6 mil milhões de euros até 2027 que "ajudarão a estabilizar a Cisjordânia e Gaza".

Elina Valtonen, a MNE da Finlândia, apelou "a ambas as partes para que regressem ao cessar-fogo" e reiterou: "Não deixar chegar ajuda humanitária suficiente à zona é algo que não podemos aceitar de todo". 

A França anunciou na última semana que está em conversações para anunciar o reconhecimento da Palestina em junho. Questionado sobre se Portugal poderá seguir os seus passos, Paulo Rangel explicou que esta "posição francesa impõe condições", nomeadamente o reconhecimento mútuo e a exclusão do Hamas em qualquer eventual "processo pós cessar-fogo", que "não são fáceis de cumprir". 

O ministro esclareceu ainda que o Governo tem uma "doutrina" no que toca à questão israelo-árabe e que ao longo do último ano "tem denunciado um conjunto de respostas desproporcionais de Israel". 

No entanto, acredita que o reconhecimento do estado da Palestina pelos países da UE não tem impacto na atenuação do conflito "não há ligação entre uma coisa e a outra" e que o Governo quer "guardar esse reconhecimento" para o momento em que haja avanços para a solução dos dois estados. 

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela