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Ensinar igualdade de género a rapazes é dizer que "meninas aguentam apanhar"

09 de março de 2019 às 21:23

Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro, defendeu que sejam adotadas ações nas escolas para "ensinar meninos a amar a respeitar as meninas no Brasil", através da entrega de flores e da abertura das portas dos carros.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos brasileira, Damares Alves, afirmou esta sexta-feira que o ensino da igualdade de género a rapazes pode levar a que eles entendam que "meninas aguentam apanhar".

"Enquanto os nossos meninos acharem que o menino é igual à menina, como pregaram no passado algumas ideologias, já que a menina é igual, ela aguenta apanhar", afirmou a governante, segundo o jornal Folha de São Paulo, no Dia Internacional da Mulher.

"Nós vamos dizer para os meninos que as meninas são iguais em oportunidade e direitos, mas diferentes fisicamente e precisam ser amadas", acrescentou.

Damares Alves já tinha causado polémica quando afirmou, num vídeo divulgado no início de janeiro, que o Brasil está a entrar numa nova era, em que os meninos vestem de azul e as meninas de rosa.

Na altura, artistas, influenciadores e cidadãos comuns questionaram nas redes sociais o teor das declarações e fizeram piadas acerca da importância da cor da roupa para o desenvolvimento das crianças.

No Dia Internacional da Mulher, Damares defendeu que sejam adotadas ações nas escolas para "ensinar meninos a amar a respeitar as meninas no Brasil", através da entrega de flores e da abertura das portas dos carros.

"Vamos ensinar os nossos meninos na escola a levarem flores para as meninas, por que não? A abrirem porta do carro para a mulher, por que não? A se reverenciarem para a mulher, por que não? Não vamos estar, dessa forma, a colocar a mulher numa situação de fragilidade, mas a elevar a mulher para um patamar de ser especial, pleno e extraordinário. E é isso que queremos fazer na escola", declarou durante um evento de comemoração da data.

Depois de ser criticada pelas suas palavras, a ministra recorreu à rede social Twitter para se manifestar: "É claro esse ato isolado não resolve o problema e tampouco é isso que proponho. Mas ensinar o respeito desde que todos são bem pequenos é fundamental. Precisamos resgatar valores que são caros à família", escreveu.

Escolhida para integrar o Governo por indicação da bancada evangélica do Congresso brasileiro, que apoia o Governo do Presidente Jair Bolsonaro, a ministra já causara polémica no discurso de posse, quando declarou que no Brasil o Estado é laico, mas ela é "terrivelmente cristã".

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