México vence Miss Universo num concurso onde as mensagens políticas foram rainhas
A competição demarcou-se pela carga política que normalmente não tem. De Myanmar ao Uruguai foram várias as misses que não quiseram perder a oportunidade de defender as suas causas.
Depois de uma pausa em 2020 - devido à pandemia de covid-19 - o concurso de beleza Miss Universo voltou e desta vez trouxe também mensagens políticas. Várias concorrentes não quiseram perder a oportunidade de estarem a ser vistas no mundo inteiro para fazer passar as suas mensagens.
O concurso teve como vencedora a miss México, Andrea Meza, e teve lugar na Flórida, EUA. Mas o ponto alto da competição foi o desfile de trajes tradicionais, que as misses Singapura, Uruguai e Myanmar usaram para as suas causas.
A miss Singapura usou um traje inspirado nas cores da bandeira nacional, mas ao virar as costas ao público, Bernadette Belle Ong, mostrou a mensagem: "Parem o ódio asiático", num alusão aos ataques que a comunidade asiática tem sofrido nos EUA e que podem estar associados ao novo coronavírus e ao facto de Donald Trump lhe chamar "o vírus chinês", quando era presidente do país.
Outra das causas foi os direitos da comunidade LGBTQ, que subiu ao palco com a miss Uruguai. Lola de los Santos é uma ativista destes direitos e mostrou um fato com um arco-íris onde se podia ler: "Fim ao ódio, violência, rejeição e discriminação".
Thuzar Wint Lwin, a miss Myanmar, resolveu levar o seu apelo num pequeno pergaminho. Num fato tradicional do seu país, esta concorrente fez uma vénia ao público antes de desenrolar o seu pergaminho. Aí tinha escrito: "Rezem por Myanmar". Uma alusão ao golpe de estado que afastou o governo eleito e colocou os militares no poder. Myanmar tem sido palco de violentos protestos reprimidos pelos militares, tendo já morrido mais de 700 pessoas.
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