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"Mais pessoas vão morrer", avisa Duterte

20 de março de 2017 às 08:35

Eurodeputados criticaram a sangrenta campanha antidroga do presidente das Filipas e foram apelidados de "loucos". Duterte renovou promessa de não parar de matar

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, descreveu os deputados europeus como loucos, em resposta às críticas à sangrenta campanha antidroga e renovou a promessa de que todos os traficantes serão mortos.

O comentário de Rodrigo Duterte foi feito durante um discurso que proferiu, ao final da noite, na Birmânia, após o Parlamento Europeu ter emitido uma resolução na semana passada a condenar "o elevado número de execuções extrajudiciais", no âmbito da "guerra" à droga do chefe de estado filipino.

"Não percebo estes loucos. O que é que vocês estão a tentar impor-nos? Porque é que não se importam com as vossas próprias coisas?", questionou o Presidente filipino, usando, como é frequente, palavrões e linguagem abusiva contra os críticos.

Duterte, que assumiu a presidência das Filipinas em meados do ano passado, declarou guerra aberta contra a droga.

A polícia terá matado mais de 2.500 pessoas, enquanto organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que foram registadas mais de 5 mil mortes relacionadas com a campanha para erradicar a droga.

A campanha motivou duras críticas de países e organizações internacionais como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, grupos que consideram a "guerra contra as drogas" nas Filipinas uma violação dos direitos humanos e que Duterte poderá estar mesmo a supervisionar crimes contra a Humanidade, tendo em conta os relatos sobre esquadrões da morte.

No domingo, Duterte alertou que muitas mais pessoas vão ser mortas. "Mais pessoas vão morrer. Eu disse que não vou parar. Vou continuar até que o último barão da droga nas Filipinas seja morto", afirmou o Presidente filipino.

Na resolução, os eurodeputados também pedem ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para lançar uma investigação à guerra às drogas de Duterte, e manifestaram o seu "profundo alarme" perante a anunciada intenção de restaurar a pena de morte nas Filipinas.

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