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Liz Truss é a próxima primeira-ministra do Reino Unido

SÁBADO 05 de setembro de 2022 às 12:39

Depois da demissão de Boris Johnson, que deixou o Reino Unido no meio de uma crise governativa, Liz Truss foi eleita a nova líder conservadora e próxima primeira-ministra do país.

Foram precisos 12 debates para conseguir destronar o antigo ministro das finanças Rishi Sunak mas, Liz Truss, sai vitoriosa. Esta segunda-feira, pouco depois das 12h30, foram anunciados os resultados das eleições para a liderança do Partido Conservador. 

REUTERS

"Muita obrigada, é uma honra ser eleita. Gostaria de agradecer ao partido, à minha família, amigos, colegas políticos e a todos os apoiantes. Estou incrivelmente grata por todo o apoio. Gostaria também de homenagear Rishi Sunak e todos os meus rivais por uma campanha que foi muito dura. Conseguimos mostrar o talento que há dentro do Partido Conservador", começou por afirmar a próxima primeira-ministra do Reino Unido.

Liz Truss quis igualmente deixar uma nota de apreço para com "o amigo cessante Boris Johsnon", o homem que "conseguiu cumprir o Brexit, superou as dificuldades das campanhas de vacinação [contra a covid-19] e mostrou firmeza a Vladimir Putin". Sobre o futuro, apenas garantiu uma liderança conservadora e que irá cumprir "tudo aquilo que prometi pelo nosso grande país".

Quanto aos resultados, com um eleitorado superior a 172 mil pessoas, Truss conseguiu mais de 81 mil votos, enquanto Sunak angariou cerca de 60 mil.

Com uma vasta experiência política, Liz Truss foi ministra júnior da Educação em 2012, passou a secretária do Ambiente em 2014, ambos sob a direção de David Cameron, e no sufrágio do Brexit fez campanha ao lado do ex-primeiro-ministro pela permanência na União Europeia - posição que disse mais tarde estar "totalmente errada".

Apoiou Boris Johnson na sua ascensão a primeiro-ministro e foi recompensada com os elevados cargos de secretária de Comércio Internacional, ministra para as Mulheres e a Igualdade, e, mais tarde, secretária de Estado (equivalente ao Ministro dos Negócios Estrangeiros português). À saída de Johnson, manteve o seu apoio, o que lhe permitiu colocar-se como a candidata da continuidade e agora ser eleita pelo partido.

Num verão ditado pelo agravamento da crise e o aumento do custo de vida, a campanha eleitoral entre Truss e Sunak baseou-se em medidas de apoio aos britânicos mais afetados pelo aumento da inflação e preços da energia. Esta quarta-feira, no último debate da eleição a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e futura primeira-ministra prometeu ser "ousada" e governar "de maneira diferente". Liz Truss, numa altura em que liderava as sondagens, garantiu uma reforma do setor dos serviços financeiros e o corte nos impostos e considerou ter sido "um erro aumentar a contribuição para a Segurança Social", garantindo que será possível ainda assim "pagar a dívida nacional nos próximos três anos".

Esta terça-feira espera-se ainda que o futuro ex-primeiro-ministro,  Boris Johnson, apresente a sua demissão à rainha Isabel II. Pela primeira em 70 anos de reinado, a cerimónia não está marcada para o Palácio de Buckingham, em Londres, ma sim para o castelo de Balmoral, no norte da Escócia. A razão prende-se com as dificuldades de mobilidade da monarca de 96 anos que a levaram a faltar a vários eventos este ano e a delegar a representação aos herdeiros, em especial o filho primogénito, príncipe Carlos. 

Liz Truss será assim a 15.º chefe de Governo no reinado de Isabel II e é igualmente esperada na Escócia, esta terça-feira, para que a monarca possa indigitar a nova primeira-ministra.

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