Jovem de 17 anos morto a tiro pela polícia em França durante operação STOP
Polícia envolvido está a ser investigado. Em Nanterre, a morte do jovem está a gerar confrontos entre a polícia e a comunidade local.
Um agente da polícia francesa está a ser investigado por homicídio depois de ter morto a tiro um jovem de 17 anos durante a manhã desta terça-feira, 27. A morte de Naël ocorreu nos subúrbios de Paris, em Nanterre. De acordo com o gabinete do procurador local, o jovem tentou fugir durante uma operação STOP.
Primeiro, fontes policiais indicaram que o jovem tinha avançado contra a polícia, o que foi desmentido por um vídeo colocado a circular nas redes sociais e cuja autenticidade foi verificada pela agência noticiosa AFP. Nas imagens, é possível observar dois agentes da polícia ao lado de um Mercedes AMG. Um deles foi o responsável pela morte do jovem, originário da Argélia.
O gabinete do procurador adiantou que durante esta mesma fiscalização, a polícia levou sob custódia policial um passageiro menor de idade que mais tarde foi libertado. Segundo a agência noticiosa Reuters, o condutor "era conhecido dos serviços judiciais por ter recusado parar numa operação STOP" noutra ocasião.
O chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, disse ao canal de notícias francês BFM TV que "este ato levanta algumas questões". Nas redes sociais, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, afirmou que a Inspeção Geral da Polícia Nacional estava a investigar o caso "para esclarecer as circunstâncias deste drama".
A BFM TV tem transmitido imagens de confrontos que ocorreram durante esta noite, entre a polícia e a comunidade local.
A mãe do jovem Naël já fez um apelo para que fosse feita uma "marcha branca" em honra do seu filho. Uma residente local e ativista antirracismo, Mornia Labssi, confessou que "como mãe" tem "um sentimento de insegurança dos seus filhos".
Só este ano, este já é o segundo tiroteio fatal durante uma operação de fiscalização de trânsito. Contudo, em 2022 houve 13 mortes. Em 2021, três pessoas foram alvejadas letalmente pela polícia, por também se terem recusado a cumprir uma paragem de trânsito. Em 2020, o mesmo aconteceu a duas pessoas.
Segundo a agência de notícias britânica Reuters, em 2021 e 2022 a maioria das vítimas eram negras ou de de origem árabe.
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