Japão executa "assassino do Twitter", suspeito de ter desmembrado nove pessoas no seu apartamento
Takahiro Shiraishi, mais conhecido como "assassino do Twitter", contactava as suas vítimas através das redes sociais. Terá violado várias mulheres, matando-as em seguida. Os seus corpos foram encontrados em câmaras frigoríficas.
O Japão executou esta sexta-feira (27) um homem, suspeito de ter matado e desmembrado nove pessoas no seu apartamento, perto de Tóquio, avançou o ministro da Justiça japonês.
Takahiro Shiraishi, mais conhecido como "assassino do Twitter", terá contactado as vítimas através das redes sociais, e durante o contacto terá oferecido ajuda a estas pessoas - que na maioria tinham pensamentos suicídas. Violou três jovens e uma mulher e matou-as de seguida. Depois matou o namorado de uma destas mulheres.
Os corpos acabariam posteriormente por serem descobertos dentro de câmaras frigoríficas, no apartamento do suspeito. No total, foram encontrados pela polícia os corpos de oito jovens, uma mulher e de um homem.
Japão. "Assassino do Twitter" condenado à morte
Os casos são referentes a 2017 e como consequência, em 2020, Shiraishi foi sentenciado à pena de morte. Agora, o homem foi enforcado na Casa de Detenção de Tóquio, em segredo. "O caso provocou consequências extremamente graves e causou uma grande onda de choque e desconforto na sociedade", confessou o ministro da Justiça, Keisuke Suzuki, numa conferência de imprensa de emergência.
Segundo Keisuke Suzuki, o pedido de execução foi assinado ainda no início desta semana e o ministro não assistiu ao enforcamento do homem.
Esta execução acontece num momento em que existem cada vez mais apelos à abolição da pena de morte - isto depois de Iwao Hakamada ter sido absolvido no ano passado, depois de ter passado 45 anos no corredor da morte. Apesar disso, estes apelos não são partilhados pelo ministro da Justiça japonês.
Keisuke Suzuki defende que é necessário existirem execuções e para sustentar a sua ideia cita um estudo recente do governo que indica que uma esmagadora maioria do público ainda apoia a pena de morte - apesar de existirem cada vez mais pessoas que se opõem a esta prática. "Acho que não é apropriado abolir a execução", considerou Keisuke Suzuki citado pela agência Associated Press.
O Japão tem atualmente 105 pessoas no corredor da morte e entre estas, 49 aguardam novos julgamentos, segundo detalhou o ministro japonês.
Neste país, as execuções são realizadas sob segredo, o que significa que os prisioneiros não são informados sobre a condenação à pena de morte até à manhã do enforcamento. Antigamente, o Japão não divulgava os nomes dos executados, mas desde 2007 que estas listas são apresentadas com os detalhes dos crimes praticados. Ainda assim, as divulgações não deixam de ser limitadas.
Atualmente, o Japão e os Estados Unidos são os únicos países do G7 que mantêm a pena de morte. A execução mais recente no Japão ocorreu em julho de 2022, quando um homem foi acusado de ter alegadamente matado sete pessoas em 2018, durante um ataque que envolveu um atropelamento em massa e o esfaqueamento das vítimas.
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