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Israel/Irão: Trump pede aumento da produção petróleo por recear fecho do estreito de Ormuz

Lusa 23 de junho de 2025 às 18:49

Os mercados globais estão a tentar determinar o que está por vir depois dos ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares importantes do Irão com centenas de bombas e mísseis Tomahawk.

O Presidente norte-americano pediu esta segunda-feira que os Estados Unidos e outras economias produtoras de petróleo aumentem a produção, já que os preços do petróleo continuam voláteis após os ataques às instalações nucleares iranianas.

AP Photo/Julia Demaree Nikhinson

Donald Trump pediu o aumento da produção, enquanto a Casa Branca intensificava as advertências ao Irão contra a ameaça de possível encerramento do estreito de Ormuz, uma rota marítima vital para o transporte de petróleo e gás, em retaliação aos ataques norte-americanos ao programa nuclear iraniano.

"Ao Departamento de Energia: PERFUREM, PERFUREM, PERFUREM!!! E quero dizer AGORA!!! TODOS, MANTENHAM OS PREÇOS DO PETRÓLEO BAIXOS. ESTOU DE OLHO! ESTÃO A FAZER O JOGO DO INIMIGO. NÃO FAÇAM ISSO!", publicou Trump nas redes sociais.

A pressão de Trump surge num momento de incerteza, com as embaixadas e instalações militares dos Estados Unidos no Médio Oriente em alerta máximo por causa de uma possível retaliação.

Os mercados globais estão a tentar determinar o que está por vir depois dos ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares importantes do Irão com centenas de bombas e mísseis Tomahawk.

O parlamento iraniano aprovou o bloqueio do estreito de Ormuz, rota marítima no golfo Pérsico por onde passa cerca de 20% do petróleo e gás global. Cabe agora ao Conselho de Segurança Nacional do Irão decidir se vai avançar com a ideia, o que poderá levar a um aumento no custo de bens e serviços em todo o mundo.

O preço do petróleo subiu 4% logo após o início das negociações na noite de domingo, mas rapidamente recuou. Os mercados de futuro do petróleo oscilaram entre ganhos e perdas nas negociações de hoje de manhã e ainda permanecem mais altos do que estavam antes do início dos combates, há pouco mais de uma semana.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, alertou Teerão novamente contra o encerramento do estreito, sublinhando que "o regime iraniano seria tolo em tomar essa decisão".

Washington duplicou o número de voos de emergência que está a disponibilizar para os cidadãos dos Estados Unidos que desejam deixar Israel e ordenou a partida do pessoal não essencial da embaixada no Líbano, estando também a intensificar os alertas de viagem em todo o Médio Oriente devido às preocupações de que o Irão possa retaliar contra os interesses dos EUA na região.

Num alerta enviado aos norte-americanos em todo o mundo e divulgado no domingo, o Departamento de Estado alertou para que todos tomem precauções.

Muitos analistas do setor energético estão céticos quanto à possibilidade de o Irão avançar com o fecho total do estreito, algo que já ameaçou fazer no passado. Caso o faça, Teerão enfrentará a possibilidade de retaliação contra os próprios carregamentos e a possibilidade de que a medida trazer problemas à China, o maior comprador de petróleo bruto iraniano.

Os Estados Unidos e os aliados pressionaram a Rússia antes da invasão de Moscovo à Ucrânia em 2022 com ameaças à indústria petrolífera e, em seguida, cumpriram a promessa, com muitas empresas petrolíferas ocidentais a retirarem-se do país e os EUA e a Europa a imporem sanções à indústria russa.

Mas o Irão está muito menos integrado na economia global do que a Rússia, que depende dos mercados europeus para as exportações de petróleo e gás e ainda assim avançou com a invasão, apesar das advertências dos Estados Unidos.

"Tem havido muitas sugestões de que isso não é algo muito provável, e isso geralmente é atribuído à interdependência económica, que não quero sugerir que não seja importante. É absolutamente importante", disse Colby Connelly, investigador sénior do Instituto do Médio Oriente.

"Se a década de 2020 nos ensinou alguma coisa até agora, é que os laços económicos nem sempre impedem conflitos", acrescentou Connelly.

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