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Israel também abandona UNESCO

12 de outubro de 2017 às 17:43

Decisão foi comunicada horas depois de os EUA terem anunciado que iam abandonar a posição de estado-membro da organização , por tendências "anti-Israel".

Israel anunciou que, à semelhança do que fizeram os EUA, vai abandonar a UNESCO. A decisão surgiu horas depois do anúncio da administração Trump que afirma abandonar a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura por esta ser abertamente "anti-Israel".

O Governo israelita saudou esta quinta-feira a saída dos Estados Unidos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), considerando que a decisão mostra que a "discriminação contra Israel" tem um preço.

"A decisão de hoje é um ponto de inflexão para a UNESCO. As absurdas e vergonhosas resoluções da organização contra Israel têm consequências", disse em comunicado o embaixador israelita junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon.

O diplomata acrescentou: "Hoje é um novo dia para as Nações Unidas; há um preço a pagar pela discriminação contra Israel".

Entretanto, a França -- que acolhe a sede da organização e concorre à sua liderança -- lamentou a decisão norte-americana e considerou que esta decisão dá "um novo significado" à candidatura francesa.

"Lamentamos a decisão norte-americana de se retirar da UNESCO, num momento em que o apoio da comunidade internacional a esta organização é primordial", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, Agnês Romatet-Espagne.

A candidatura francesa à direcção-geral da organização "ganha, nestas circunstâncias, um novo significado".

Os EUA anunciaram hoje que se retiram do organismo, invocando "preocupações com os atrasos crescentes na UNESCO, a necessidade de uma reforma fundamental da organização e o permanente preconceito anti-Israel".

Na opinião das autoridades israelitas, a UNESCO tornou-se "um campo de batalha" contra Israel e "ignora o seu verdadeiro papel e objectivo".

Nos últimos anos, a organização aprovou várias resoluções muito criticadas por Israel, nomeadamente textos que omitem a vinculação judaica à denominada Esplanada das Mesquitas de Jerusalém.

Além disso, em Julho passado, a Cidade Velha de Hebrón (Palestina) foi incluída entre os 21 novos sítios da Lista de Património Mundial, decisão que levou Israel a anunciar que iria retirar um milhão de dólares na sua contribuição às Nações Unidas, e que os Estados Unidos consideraram "trágica".

Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, os EUA alinharam-se muito claramente com Israel nas Nações Unidas, denunciando repetidamente a suposta parcialidade contra o seu parceiro dentro da UNESCO.

Também a directora-geral da organização, Irina Bokova, disse hoje "lamentar profundamente" a decisão norte-americana de se retirar, considerando que "a universalidade é essencial à missão da UNESCO para construir a paz e a segurança internacionais face ao ódio e à violência, pela defesa dos direitos humanos e da dignidade humana".

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