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Governo holandês demite-se após escândalo com abonos de família

Jornal de Negócios 15 de janeiro de 2021 às 13:26

O governo liderado por Mark Rutte demitiu-se a dois meses das eleições legislativas mas poderá manter-se em funções até ao ato eleitoral.

O governo holandês demitiu-se esta sexta-feira na sequência de um escândalo relacionado com a "perseguição errada" pelo fisco a famílias holandesas devido a apoios estatais a crianças alegadamente atribuídos de forma indevida, avança a televisão estatal NOS.

Segundo a Deutsche Welle, em causa está a acusação por parte do fisco a milhares de famílias por terem recebido de forma fraudulenta abonos de família entre 2013 e 2019. A autoridade tributária holandesa exigiu a devolução de dezenas de milhar de euros, levando muitas famílias à falência. Foram cerca de 26 mil famílias afetadas por erros como assinaturas não reconhecidas.

Um relatório parlamentar classificou de uma "injustiça sem precedentes" a exigência sem permitir a defesa das famílias acusadas. O primeiro-ministro, Mark Rutte, que lidera o país desde 2010, já admitiu que a situação é "vergonhosa".

Na quinta-feira o líder do Partido Trabalhista, Lodewijk Asscher, demitiu-se enfraquecendo a coligação governamental. Asscher foi ministro dos Assuntos Sociais entre 2012 e 2017. "Desconhecia que a autoridade tributária estava erradamente a perseguir milhares de famílias", disse Asscher quando apresentou a sua renúncia.

Entretanto, cerca de 10 mil famílias estão a receber uma indemnização de pelo menos 30 mil euros. Numa ação coletiva, as famílias apresentaram esta semana queixa contra cinco políticos, incluindo o ministro das Finanças, Wopke Hoekstra, e o ministro da Economia, Eric Wiebes.

Apesar deste escândalo, as sondagens indicam que o governo liderado por Rutte merece a aprovação de dois terços dos holandeses.

Nas eleições de 17 de março o principal adversário dos liberais do Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), de Mark Rutte, é Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade (PVV), eurocético e anti-Islão, que ficou na segunda posição nas eleições de 2017. 

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