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Governo brasileiro nomeia chefe da Polícia Federal do Rio de Janeiro

26 de maio de 2020 às 07:49

A superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro tem estado sob grande polémica após Sergio Moro ter pedido a demissão e acusado Jair Bolsonaro de tentativa de interferência.

O Governo brasileiro oficializou na segunda-feira a nomeação de Tácio Muzzi Carneiro como novo superintendente regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Tácio Muzzi vai substituir no cargo Carlos Henrique Oliveira, afastado no início do mês da Polícia Federal do Rio de Janeiro por Ronaldo Souza, o novo diretor da Polícia Federal do Brasil.

A superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e a direção nacional do órgão têm estado sob grande polémica após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ter pedido a demissão, no final de abril, e acusado o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de tentativa de interferência na Polícia Federal, na sequência da demissão do ex-chefe da instituição Maurício Valeixo.

Segundo Moro, Bolsonaro teria exigido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para evitar investigações a familiares e aliados.

"O Presidente disse-me, mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contacto pessoal dele [para quem] ele pudesse ligar, [de quem] ele pudesse colher informações, [com quem] ele pudesse colher relatórios de inteligência. Seja o diretor [da Polícia Federal], seja um superintendente", declarou Moro, quando pediu a demissão.

Na ocasião da renúncia de Moro, Valeixo foi demitido e substituído pelo comissário Alexandre Ramagem, que mantém laços de amizade com a família Bolsonaro.

Devido a essa proximidade, a nomeação de Ramagem foi anulada por um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo Bolsonaro nomeado para o cargo Ronaldo Souza.

Uma das primeiras decisões de Souza como diretor da Polícia Federal foi demitir o superintendente do Rio de Janeiro Carlos Henrique Oliveira, que vai passar a ocupar o cargo de vice-diretor nacional.

A Polícia Federal é um órgão autónomo, subordinado ao Ministério da Justiça, embora o diretor seja nomeado pelo Presidente da República.

As insinuações de Moro levaram a Procuradoria-Geral da República a abrir uma investigação sobre a conduta do Presidente, que está a ser realizada sob a supervisão do juiz do STF Celso de Mello.

Publicada em Diário Oficial da União, a portaria da nomeação foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça do Brasil, Tercio Tokano.

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