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França vai limitar entrada de imigrantes económicos

14 de janeiro de 2018 às 18:52

A nova política de imigração vai ser explicada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, numa visita prevista para terça-feira a Calais.

França vai continuar a acolher refugiados mas vai limitar a entrada de imigrantes económicos, afirmou o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, numa entrevista publicada este domingo.

"França deve acolher os refugiados, mas não pode acolher todos os migrantes económicos", disse Collomb ao jornal Le Parisien. "Este ano [2017], cem mil pessoas apresentaram pedidos de asilo e outras 85 mil tentaram entrar, mas não foram admitidas. É impossível acolher dignamente 185 mil pessoas por ano", sublinhou.

Em 2015 e 2016, França registou uma taxa reduzida de acolhimento de refugiados, um por cada 1.340 habitantes, bem abaixo de países como a Alemanha (1/141) ou a Suécia (1/101).

Segundo o governo, a nova lei de asilo e imigração visa melhorar o acolhimento e acelerar a integração dos refugiados, mas várias organizações não-governamentais criticam a futura legislação pelos limites ao acolhimento.

França, que tem milhares de imigrantes a viver em acampamentos ou centros em Calais (norte) e em Paris, vai aumentar 1.300 camas nos centros de acolhimento, actualmente com capacidade para albergar 80.000 pessoas. A maioria (900) das novas camas será para a região de Paris.

A nova política de imigração vai ser explicada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, numa visita prevista para terça-feira a Calais, a "Selva" que durante décadas recebeu milhares de migrantes que pretendiam chegar ao Reino Unido e que se tornou um símbolo dos problemas gerados pela imigração ilegal.

A visita a Calais antecede uma cimeira franco-britânica, que na quinta-feira reúne a primeira-ministra britânica, Theresa May, e Emmanuel Macron em Sandhurst, no sul de Londres.

Numa outra entrevista, também publicada este domingo, Collomb explicou ao Journal du Dimanche que o Governo quer que Londres assuma "uma determinada parte dos custos" de gestão dos fluxos migratórios no norte de França.

Segundo o ministro, Paris quer "um protocolo adicional" aos acordos de Touquet (2004), que fixam a fronteira britânica em Calais.

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