Filha de Navalny pede que pai em greve de fome seja visto por médicos
Alexei Navalny, opositor do regime de Putin na Rússia, não come desde 31 de março. Médicos alertam que rins podem falhar e matá-lo.
A filha de Alexei Navalny, opositor do regime de Vladimir Putin na Rússia que está a cumprir uma greve de fome na prisão, pediu às autoridades russas que permitam que o pai seja tratado por um médico. O pedido surge um dia depois de profissionais de saúde avisarem que Navalny está em risco de falência renal.
Navalny deixou de comer a 31 de março, em protesto pelas autoridades prisionais não lhe facultarem acesso a cuidados médicos para tratar dores graves nas costas e nas pernas.
As autoridades prisionais garantem ter oferecido cuidados médicos a Navalny, mas dizem que o político de 44 anos os recusou e insistiu em ser tratado por um médico da sua escolha fora do estabelecimento prisional - o que não foi acatado.
"Deixem o meu pai ser visto por um médico", pediu Dasha, filha de Alexei Navalny, no Twitter.
Um sindicato médico com ligações a Navalny revelou este sábado, 17, que o opositor do regime se encontrava em estado crítico, citando exames médicos que mostravam que os rins podiam falhar, o que pode causar paragem cardíaca.
Um grupo de atores, escritores, historiadores, jornalistas e realizadores, incluindo Jude Law e J. K. Rowling, escreveu uma carta aberta ao presidente Vladimir Putin na sexta-feira, pedindo-lhe que assegure que Navalny acede a cuidados médicos.
Um grupo de deputados regionais da oposição também pediu a Putin que certifique que Navalny é bem tratado.
Numa entrevista à BBC, o embaixador russo no Reino Unido acusou Navalny de procurar atenção: "Não lhe será permitido morrer na prisão, mas posso dizer que o senhor Navalny comporta-se como umhooligan, absolutamente. O objetivo de tudo isto é atrair as atenções."
Alexei Navalny alega que as autoridades prisionais o ameaçaram prender com um colete de forças para o alimentarem à força, a não ser que deixe de fazer greve de fome.
O opositor do regime foi condenado em fevereiro a dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, o que ele diz ter sido fabricado. Navalny foi detido em janeiro depois de voltar à Rússia vindo da Alemanha, onde recuperou de um envenenamento que disse dever-se a Putin.
O Kremlin diz não ter provas em como ele foi envenenado e defende que Navalny é um agente subversivo apoiado pelos EUA para destabilizar a Rússia.
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